Sapato que vira adubo

A criação do selo envolveu uma pesquisa detalhada sobre as características da cadeia calçadista, que abrange insumos, montagem e produto final, para a definição do que deveria compor a certificação. […]

sex, 24/08/2012 - 10h50 | Do Portal do Governo

A criação do selo envolveu uma pesquisa detalhada sobre as características da cadeia calçadista, que abrange insumos, montagem e produto final, para a definição do que deveria compor a certificação. O trabalho começou em janeiro de 2011, com a colaboração de alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, considerada a principal instituição acadêmica de inovação tecnológica do mundo.

Sob a orientação da professora Tereza, eles visitaram 12 empresas, em cidades como São Paulo, Cerquilho, Sorocaba e Novo Hamburgo. São fabricantes de insumos, solventes, botões, fivelas, ou montadores do produto final. Segundo a diretora do Lassu, entre os vários aspectos observados durante a pesquisa, foi possível constatar que o conceito de sapato sustentável abrange gama variada de produtos, que vai desde o eco shoes até o sapato biodegradável.

O primeiro é o fabricado por meio de processos ecologicamente corretos e, o outro, um calçado que, após ser enterrado e sofrer a ação de micro-organismos, transforma-se em adubo em cerca de cinco anos. Nesse caso, pondera Tereza, é um produto que acaba custando mais caro. Um segundo grupo também esteve no País, para ajudar a definir estratégias para a divulgação do selo, que levou ainda cerca de um ano para ser completamente estruturado, em conjunto com as próprias empresas.

Agora, é momento de atender às primeiras interessadas na certificação, cujo número já surpreendeu. “Achávamos que inicialmente seriam dez candidatas, mas já passou disso”, diz Tereza. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o grupo Sistema de Gestão de Segurança (SGS) serão as entidades responsáveis pela emissão do selo de sustentabilidade da indústria calçadista.

Poderão habilitar-se à obtenção empresas associadas à Assintecal e Abi calçados. “Com a ferramenta, esperamos um impacto muito positivo na indústria calçadista do Brasil, não apenas em relação ao aspecto ambiental, como também ao social e cultural”, conclui a professora.

Da Agência Imprensa Oficial