Guia prático de ecoturismo

Da natureza não tire nada além de fotografias. Esse princípio faz parte de um guia que a Secretaria do Meio Ambiente distribui aos turistas

ter, 27/11/2012 - 10h46 | Do Portal do Governo

Águas cristalinas, cenários exuberantes, refúgios de vida silvestre. São muitos os encantos que a natureza oferece aos cinco sentidos do turista ecológico. Para que o ecoturista possa desfrutar essas maravilhas sem colocar sua vida em risco e contribuir para a conservação da natureza, a Fundação Florestal preparou material específico. O documento prega que o lema do amante da natureza deve ser: “Nada tire senão fotografias, nada deixe senão pegadas, nada leve senão memórias”.

As instruções e práticas preservacionistas indicadas são baseadas no programa Pega leve – Mínimo impacto em ambientes naturais, desenvolvido pelo Centro Excursionista Universitário. Vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, a fundação divulga o material, adotado em todo o planeta, no seu Caderno de Ecoturismo. Segmento de turismo que mais cresce no mundo, o ecoturismo inclui as atividades de caminhada em trilhas, arvorismo, montanhismo, rafting e observação de pássaros.

Em São Paulo, o contato com a natureza pode ser explorado em parte dos 3 milhões de hectares de áreas protegidas. São trilhas, cavernas, cachoeiras, onde o visitante dispõe de condições de interagir com o mundo natural. Só de praias são 700 km de litoral e 70 ilhas. Destaque para as cavernas no Vale do Ribeira, as corredeiras em Brotas e as montanhas na Serra da Mantiqueira. Os princípios do ecoturismo são oito: vejamos:

1. Planejamento é fundamental: Entre em contato com a administração do parque para saber todos os requisitos e regulamentos para realizar a trilha. Informe-se sobre as condições climáticas do local. Procure viajar em pequenos grupos. Escolha as atividades de acordo com o seu condicionamento físico e o seu nível de experiência. Tenha claro que os ambientes naturais oferecem condições não controladas e são dinâmicos, podendo oferecer dificuldades e riscos incomuns para pessoas pouco preparadas. Caso você não tenha experiência, não se arrisque. Entre em contato com empresas de ecoturismo da região e monitores ambientais.

2. Você é responsável por sua segurança: O resgate em ambientes naturais é complexo e, frequentemente, os serviços médicos estão distantes; mantenha as informações médicas de cada integrante do grupo sempre à disposição. Em caso de necessidade, entre em contato com um funcionário do parque, informe-se se há sinal de celular na trilha, grave o número telefônico que os funcionários do parque fornecem. Aprenda as técnicas básicas de segurança, como primeiros socorros e orientação. Acidentes e agressões à natureza são causados por improvisações, negligência e uso inadequado de equipamentos. Tenha equipamento apropriado para cada situação e saiba utilizá-lo corretamente. Leve os itens essenciais: lanterna, agasalho, capa de chuva, chapéu, estojo de primeiros socorros, alimento, água, repelente e filtro solar.

3. Cuide dos locais por onde passa: Mantenha-se nas trilhas predeterminadas. Não utilize atalhos, pois estes favorecem à erosão e à destruição da vegetação. Ao percorrer uma trilha certifique-se se esses locais permanecem como se ninguém houvesse passado por ali.

4. Traga seu lixo de volta: levar uma embalagem cheia pode trazê-la vazia na volta. Não enterre o lixo. Animais podem cavar e espalhá-lo. Utilize as instalações sanitárias disponíveis. Caso a área não disponha, cave um pequeno buraco de centímetros de profundidade longe de qualquer fonte de água, ou áreas de circulação. Traga restos de alimentos, papéis e outros materiais higiênicos de volta. Não use sabão de nenhum tipo nos rios e fontes de água.

5. Deixe tudo em seu lugar: Resista à tentação de levar “lembranças” para casa. Deixe pedras, artefatos, flores, frutos, conchas, etc. onde você os encontrou. Tire apenas fotografias. Deixe suas pegadas e leve apenas suas memórias.

6. Não faça fogueiras: Fogueiras matam o solo e a vegetação. Representam grande risco de incêndios florestais.

7. Respeite os animais e as plantas: Observe os animais a distância e não tente espantá-los ou pegá-los. A proximidade pode ser interpretada como ameaça, provocando grande estresse. Não alimente animais selvagens. Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes.

8. Seja cortês com outros visitantes e com a população local: com a população local: Caminhe em silêncio, preservando a tranquilidade e a sensação de harmonia com a natureza. Trate os moradores da área com cortesia e respeito. Seja educado e comporte-se com cuidado para não ofendê-los. Aproveite para aprender algo sobre os hábitos e a cultura locais. Prefira contratar os serviços locais de hospedagem, monitoria, transporte e outros serviços. Desse modo, você estará colaborando para que os recursos financeiros permaneçam na comunidade. Deixe os animais de estimação em casa. Prefira roupas e equipamentos de cores suaves ou neutras.

Da Agência Imprensa Oficial