Representantes da Justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública e cerca de 300 funcionários da Fundação Casa participaram quarta-feira (17) do primeiro encontro estadual sobre a medida de semiliberdade em São Paulo, promovido pela instituição, no Memorial da América Latina. Foi também ocasião do lançamento de livro com diretrizes para aplicação dessa medida socioeducativa, organizado a partir de idéias e sugestões de funcionários da instituição em 11 encontros regionais que ocorreram neste ano. As rodadas de discussão foram realizadas em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, do governo federal.
“O objetivo foi criar parâmetros e diretrizes para aplicar da melhor forma a medida socioeducativa de semiliberdade”, afirmou Berenice Giannella, presidente da Fundação Casa. Ela destacou que a articulação das pessoas envolvidas com a semiliberdade para a produção do livro obteve bons resultados. “Ao longo deste processo de debate, conseguimos reduzir pela metade o índice de evasão desses jovens”, afirmou, lembrando que o plano operativo atende ao preconizado pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
“Acreditamos que o plano vai melhorar o atendimento na semiliberdade, que é realmente uma medida difícil, porque precisamos que a família, o adolescente e até a sociedade entendam o que ela significa e de como deve ser cumprida”, explica a diretora-técnica da Fundação Casa, Maria Eli Bruno. O encontro foi proveitoso também para a realização de balanço do trabalho da fundação. Esse ano, o destaque ficou para a queda no número de rebeliões: foram três ocorrências – uma das incidências mais baixas da história – contra 53 em 2005 e 80 em 2003. “Tivemos também redução na reincidência, que era de 29% em 2006 e este ano caiu para 16%”, informou a presidente.
Arte e descontração
Reeducandos marcaram presença no evento e foram responsáveis pelos momentos de descontração. Meninos da Unidade de Internação (UI) de Iaras surpreenderam a todos com recital de trechos da obra de Willian Shakespeare. “Foi maravilhoso ver que eles conheceram e aprenderam sobre o poeta e dramaturgo inglês. Ainda temos muitos desafios pela frente, mas estamos obtendo vitórias a cada dia”, comentou a superintendente pedagógica da Casa, Marisa Fortunato. Com músicas que empolgaram os mais saudosos, jovens da capital (UI de Bom Retiro) apresentaram musical sobre a vida e a obra do compositor Cartola. Muitos cantaram com os meninos. Um coral com repertório evangélico, grego e de música popular brasileira foi a atração dos adolescentes da UI de Sorocaba, grupo que faz parte do Projeto Guri.
Da Agência Imprensa Oficial
