Médico brasileiro debate nos EUA doença provocada pelo mau funcionamento da medula

Hematologista apresentou dois estudos realizados no tratamento da talassemia

ter, 05/01/2010 - 18h00 | Do Portal do Governo

Doença hereditária causada pelo mau funcionamento da medula óssea, a talassemia é chamada de anemia do Mediterâneo. O tipo mais grave, a talassemia major, exige transfusões de glóbulos vermelhos mensalmente. Para falar de novos experimentos no tratamento do mal, o médico hematologista Antonio Fabron Junior apresentou dois estudos em congresso nos Estados Unidos, que reuniu mais de 21 mil profissionais de todo o mundo.

Docente da disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), Fabron fez o estudo em parceria com o Hospital Albert Einstein. Segunda pesquisa no mundo sobre o assunto abrangeu casos de pacientes acometidos pela maneira mais grave que necessita de transfusão de sangue pelo resto da vida. A cura só é possível com transplante de medula óssea (tecido que produz as células do sangue). 

Descendentes 

As constantes transfusões sobrecarregam o organismo de ferro, principalmente o coração, pâncreas e fígado. Para eliminar o excesso de ferro, são aplicadas drogas chamadas de quelantes. Se isso não for feito, o paciente pode ter morte precoce, explicou Fabron Junior. No congresso, o médico apresentou o resultado do tratamento com quelante realizado num grupo de pacientes de alguns centros brasileiros.

O outro estudo mostrou técnica moderna feita por ressonância magnética para detectar a sobrecarga de ferro no pâncreas. A detecção precoce de ferro é importante para ajudar no tratamento do diabetes que pode acometer estes pacientes. No Brasil, a talassemia acomete 2,7 milhões de pessoas em sua maneira mais leve, a talassemia minor. Nesse caso, o portador não tem sintomas e nem é preciso fazer tratamento.

O maior perigo é que esses portadores têm 25% de chances de ter filhos com talassemia major (a forma mais grave). Um bebê com talassemia major apresenta palidez, aumento de abdome (devido ao aumento do baço), icterícia e irritação. A maior parte dos portadores é descendente de italianos, gregos e espanhóis. Segundo Fabron, em São Paulo a prevalência de portadores de talassemia minor deve chegar a 8% da população por conta da grande presença de italianos.

Da Agência Imprensa Oficial