Medicina intensiva pediátrica deixa USP entre 10 instituições mais influentes do mundo

Publicação internacional pesquisou 377 centros em 43 países entre 1986 e 2018 no campo de ensaios clínicos randomizados

seg, 23/03/2020 - 8h32 | Do Portal do Governo

A revista de referência Pediatric Critical Care Medicine publicou que a Universidade de São Paulo (USP) está entre as dez instituições mais influentes do mundo no campo de ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica. Para a publicação, foram pesquisados 377 centros em 43 países entre 1986 e 2018.

O artigo Research Collaboration in Pediatric Critical Care Randomized Controlled Trials: A Social Network Analysis of Coauthorship ranqueia países, instituições, pesquisas clínicas randomizadas e pesquisadores em termos de publicações e impacto científico. A USP, como instituição, incluiu não apenas o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP), mas também a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e o Instituto do Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

No total, foram analisadas 415 pesquisas clínicas randomizadas e 2.176 pesquisadores, incluindo 30 grupos de autores. Entre os dez centros mais influentes do mundo nessa área, a USP está em terceiro lugar, com a participação de 37 pesquisadores. Em termos de produção científica, a USP está em quinto lugar, com 16 trabalhos publicados entre os 415 ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica pesquisados nos últimos 32 anos.

“Temos orgulho de estarmos pareados entre os melhores do mundo. É um prêmio pelo trabalho de décadas. Mesmo tendo noção da excelência do nosso trabalho, foi uma surpresa saber que, comparativamente ao resto do mundo, estamos tão bem”, diz o professor Werther Brunow de Carvalho, titular da área de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatologia do HCFMUSP e coordenador das UTIs pediátricas e neonatais da instituição.

Suporte

Segundo o docente, as possibilidades de suporte ao recém-nascido são bastante seguras atualmente em relação à medicina do passado, no que se refere à terapia intensiva. “Pode parecer um contrassenso, mas a maior preocupação deve ser não agredir o paciente, pois o tratamento intensivo pode ser muito agressivo ao recém-nascido”, diz o coordenador.

As UTIs pediátricas, o Centro Neonatal e o setor de Obstetrícia do Complexo HCFMUSP recebem os mais diversos tipos de gravidez de risco envolvendo doenças maternas e uma diversidade de doenças congênitas e malformações fetais. Entre as anomalias fetais, a cardiopatia congênita, as doenças de parede abdominal e malformações de sistema nervoso central são as mais frequentes.

Há um limite de viabilidade à vida extrautrauterina em casos de gestação de risco e, se não ultrapassado esse limite, a decisão do nascimento cabe à família. “Considerando esse limite de vida, se os pais querem, vamos juntos. Mergulhamos nessas vidas e desenvolvemos laços duradouros com as famílias e os pacientes. Acredito que a humanização é chave para o sucesso do nosso trabalho”, afirma o professor.