Maria Bonomi presenteia São Paulo com obra no Memorial

Evento aconteceu na quinta, 24, e contou com a presença do governador José Serra

sex, 25/01/2008 - 16h06 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou nesta quinta-feira, 24, da entrega da ultima obra de arte pública permanente no Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona oeste da Capital, assinada pela artista plástica Maria Bonomi. Tendo a cultura indígena como tema, os painéis levaram dois anos para serem concluídos. Eles foram criados no atelier de Bonomi, durante dois anos, e contou com o apoio do arquiteto Oscar Niemeyer. 

“É com muita satisfação que o governo oferece essa obra coordenada pela Maria Bonomi, que acontece no dia do aniversário da cidade de São Paulo”, disse Serra na inauguração oficial do painel “Etnias do Primeiro e Sempre Brasil”. 

Instalado na passagem subterrânea entre o Memorial da América Latina e a estação Barra Funda do Metrô, os painéis se transformaram em uma das maiores obras de caráter histórico permanente da cidade. 

Ao todo são dois módulos com 50 metros de comprimento divididos em três fases sendo, toneladas e toneladas de cerâmica – que retratam as florestas e pré-história -, bronze – época das conquistas, bandeirantes e navegantes e alumínio – para contar o mundo contemporâneo. Os materiais caracterizam a história das etnias como presença e embate na evolução do Brasil. 

Guarani e Maraguá

Participaram deste projeto cerca de 20 índios Guarani e Maraguá, que desenvolveram peças importantes do projeto, como a “Situação das Aldeias Hoje” (alumínio), “Índios Aprisionados” (bronze), “Índios antes do descobrimento” (cerâmica), entre outras.

Eles também foram grande fonte de inspiração para a equipe de artistas plásticos do ateliê Maria Bonomi. “Foi emocionante observá-los reproduzindo um pouco da história do Brasil e de suas vidas durante o desenvolvimento das peças. Considero este registro algo histórico para o País”, comenta Bonomi. 

Para marcar o trajeto final da instalação, Bonomi criou uma peça de alumínio que retrata o quanto os índios colaboraram na construção da capital do Brasil. “Brasília construída pelos índios” mostra um pouco da visão da própria artista durante a realização da obra em 1960. 

A passagem subterrânea, que foi ambientada com espelhos e iluminação cenográfica, transformou-se em um espaço interativo, onde o público pode conhecer a cultura do País simplesmente caminhando ao longo dela. Ou seja, a obra funcionará como uma série de fotogramas gigantes e penetráveis, oferecendo um “espetáculo” em alto e baixo relevo, chegando até a uma visão contemporânea do tema. As escadarias do local também receberam uma gravação com os nomes das etnias, segundo Darcy Ribeiro, e o título das placas em seqüência na instalação. 

Cultura a deficientes

O projeto também foi pensado para levar aos deficientes visuais um pouco dessa cultura. Eles poderão tocar as placas e viajar pelo tempo com as peças que contam, por exemplo, a chegada dos portugueses no Brasil, os rituais sagrados e o canibalismo. 

Aprovada pelo Ministério da Cultura e orçada em R$ 1.731.820,00, Etnias teve como patrocinadores o Banco Itaú e a Liquigás. As empresas ganharão uma réplica fac-simile de alumínio, datada, numerada e assinada por Maria Bonomi. 

Aproximadamente 60 pessoas trabalharam no projeto, entre as quais: Maria Bonomi, também curadora, e seu assistente e artista Carlos Pedreañez; os artistas Leonardo Ceolin, Cláudia Braga, Lourdes Sakotami, Vinícius Fragata, Talita Zaragoza e Tiago Mori, entre outros.  

O evento contou com a presença de Maria Bonomi e Fernando Leça, presidente do Memorial, acompanhado de patrocinadores e políticos.

SERVIÇO

Etnias – Do Primeiro e Sempre Brasil”

Visitação: todos os dias, das 9 às 18h.

Memorial da América Latina

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664

Entrada pelo portão 1, ao lado do metrô Barra Funda

Telefone: (11) 3823-4600

www.mariabonomi.com.br

Maria Eugênia Cruz com Memorial da América Latina