Mais de 98% do gado paulista foi vacinado contra febre aftosa

Estado de São Paulo é considerado pela Organização Mundial de Epizootia (OIE) área livre da doença

sáb, 17/03/2001 - 14h51 | Do Portal do Governo


Estado de São Paulo é considerado pela
Organização Mundial de Epizootia (OIE)
área livre da doença

O rebanho bovino paulista está livre da febre aftosa há mais de quatro anos. Em maio do ano passado, a Organização Internacional de Epizootia (OIE) – órgão de referência mundial em sanidade animal, sediado em Paris –certificou o Estado de São Paulo como área livre da doença. De acordo com o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Carlos de Souza Meirelles, com esse reconhecimento, São Paulo não tem mais barreiras sanitárias que impeçam o acesso aos mercados externos dos produtos de origem bovina. Para o secretário, a certificação é essencial para comprovar a qualidade de um rebanho e a competência do serviço de defesa agropecuária.

O papel do Governo do Estado foi decisivo para alcançar essa condição, realizando campanhas de conscientização e promovendo a vacinação maciça do gado. “No ano passado, o índice de vacinação contra a febre aftosa atingiu 98,47%”, afirma o coordenador da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Júlio César Augusto Pompei. “Os produtores estão conscientes e estão vacinando seus rebanhos”.

Além dessas ações, o Governo paulista vem atuando na fiscalização da vacinação e controle – que envolvem vigilância ativa, controle de trânsito, entrada e concentração de animais, entre outros – e na educação sanitária. A administração Mário Covas criou leis, permitindo o controle e a aplicação das medidas. Assim, a vacinação do gado tornou-se obrigatória, bem como a comunicação de doenças. Também foram fixadas regras para a entrada de animais no Estado. “O Governo de São Paulo investiu muito na divulgação das campanhas”, observou Pompei.

As ações estaduais não param por aí. A atual administração está criando uma agência agropecuária, que vai garantir mais autonomia e agilidade na execução dos programas de defesa. “Isso vai possibilitar a manutenção e o aprimoramento da situação de área livre da febre aftosa”, esclarece o coordenador.

Pompei explica que, embora não seja transmitida a seres humanos, a febre aftosa é considerada um parâmetro da existência ou não de estrutura competente para controlar e erradicar doenças, como a raiva, a tuberculose, a cisticercose (doença que ataca o cérebro) ou brucelose (atinge o aparelho reprodutor), que podem contaminar o homem.

A febre aftosa ataca todos os animais (bovinos, suínos, ovinos e caprinos) que tenham o casco rachado. Os sintomas são febre alta e aftas na boca, casco, tetos e pústulas. “O animal não se alimenta e emagrece muito. A mortalidade é baixa, mas o prejuízo é grande”, conta o coordenador. Só para ter uma idéia do que a doença representa para a economia, a Argentina terá este ano um prejuízo de US$ 500 milhões por causa da febre aftosa.
No ano passado, o Brasil recebeu US$ 800 milhões pela exportação da carne bovina e o Estado de São Paulo foi responsável por 65% desse total.

Cíntia Cury