Mais de 73 mil pessoas já passaram pelas Frentes de Trabalho do Governo do Estado

Trabalhadores recebem bolsa-auxílio, cesta básica e cursos de qualificação profissional

sáb, 30/09/2000 - 12h59 | Do Portal do Governo


Trabalhadores recebem bolsa-auxílio, cesta básica e cursos de qualificação profissional

Quando lançou o Programa Emergencial de Auxílio-Desemprego, em junho do ano passado, criando 50 mil postos em frentes de trabalho, o governador Mário Covas disse que se o Programa não chegava a ser uma solução definitiva, mas uma tentativa de amenizar o problema do desemprego, sobretudo para aqueles que tinham mais dificuldade em conseguir uma colocação. A expectativa foi superada e para mais de 73 mil pessoas as Frentes de Trabalho do Governo do Estado garantiram a renda de suas famílias por um período de nove meses. “A gente tem de ser criativo para resolver o problema do desemprego. Estamos dando aos trabalhadores, além de recursos profissionais, uma oportunidade de voltarem ao mercado de trabalho”, diz Covas.
As Frentes de Trabalho foram criadas como uma resposta de emergência do Governo Covas à situação do desemprego em São Paulo. O Estado decidiu então combater os focos de desemprego crônico recrutando trabalhadores para executar serviços à comunidade na limpeza de trilhos de trens dos subúrbios, varrição de parques, pintura de muros pichados, conservação de escolas e de outros prédios públicos.
Criado pela Lei 368/99 e regulamentado por decreto, o programa é permanente e tem capacidade de atender 50 mil pessoas simultâneamente. À medida em que cumprem os nove meses em suas funções, as vagas são renovadas para outros trabalhadores, que recebem uma bolsa-auxílio de R$ 160 e uma cesta básica com 30 quilos de alimentos.
Além disso, no mesmo período, essas pessoas passam a freqüentar cursos de qualificação profissional, que incluem noções de cidadania e mercado de trabalho. Uma vez por semana, com a intenção de planejar um futuro melhor e obter instrumentos para disputar uma vaga no mercado, os integrantes das Frentes de Trabalho deixam o serviço de lado e vão às aulas. Os cursos são ministrados por sindicatos, entidades de classe ou escolas com as quais a Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho (Sert) firma parcerias. O conteúdo das aulas compreende desde a alfabetização até cursos profissionalizantes básicos que ensinam uma função ou habilidade. “Eu gostei demais do curso e dos professores, eles são excelentes professores e amigos. Eu aprendi muita coisa importante que nunca ia conhecer por falta de condições financeiras. Este curso me fez sentir gente”, diz um trecho da carta que Maria Conceição Pereira da Silva, uma das integrantes das frentes, escreveu ao governador.
As Frentes de Trabalho atuam nos 39 municípios da Região Metropolitana. Até o momento, já foram investidos pelo Governo do Estado mais de R$ 106,5 milhões. O programa prevê ainda atendimento especial aos portadores de deficiência e ex-presidiários para quem estão reservados 3% e 2% das vagas, respectivamente. Mais do que oferecer uma renda a trabalhadores desempregados e pessoas marginalizadas pelo mercado de trabalho, as Frentes de Trabalho constituem um projeto destinado a restaurar a auto-estima de uma população relegada à própria sorte. A bolsa-auxílio representa a totalidade da renda familiar para 51% dos integrantes das Frentes e pelo menos a metade da renda familiar para 76%, segundo o mais recente estudo realizado pela Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap).
“Trabalhar em programas como esse só nos dá alegria e a certeza de que estamos no caminho certo”, afirma o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Walter Barelli. “O nosso contentamento é ainda maior quando vemos que a força de cada um dos bolsistas está sendo direcionada para trabalhos comunitários, destinados a melhorar a vida dos cidadãos”.

Simão Molinari