Mais de 50 mil educadores da rede fizeram pré-inscrição em cursos de especialização

Programa de melhoria do ensino básico público tem investimento de R$ 109 milhões

seg, 16/08/2010 - 18h00 | Do Portal do Governo

No total, 50.207 educadores da rede estadual de ensino fizeram a pré-inscrição para os cursos de especialização oferecidos pela Secretaria da Educação por meio do Programa Redefor. São 16 cursos de capacitação a distância, com 9.910 vagas para professores, diretores e supervisores de ensino do Ensino Fundamental Ciclo II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio. Executado pela São Paulo Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores, o Programa representa um investimento de R$ 109 milhões do Governo do Estado e uma parceria inédita entre a Secretaria e as três universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) em prol da melhoria da qualidade do ensino básico público paulista.

“Esse grande número de inscrições demonstra o interesse dos nossos docentes em participar dos cursos de especialização da Redefor, que é um importante passo para a solidificação da política educacional adotada pelo Governo do Estado, que tem foco na melhoria da qualidade da educação da rede pública. Em conjunto com a criação do curso de formação específica, etapa do concurso público de ingresso nas carreiras do Quadro do Magistério, os cursos de especialização para educadores que já atuam na rede estadual deverão contribuir para aprimorar a formação dos profissionais e das equipes escolares”, afirma o secretário Paulo Renato Souza.

Todos os pré-inscritos serão classificados e selecionados conforme as regras e vagas oferecidas. A classificação levará em conta outras pré-inscrições dentro da mesma Diretoria de Ensino (DE) e unidade escolar. Para que a inscrição do educador seja efetivada, é necessário que haja ao menos um Supervisor de Ensino e um Professor Coordenador de Oficina Pedagógica (PCOP) por área da respectiva DE pré-inscritos. No caso de sobra de vagas, as DEs com ao menos um PCOP em três áreas serão consideradas para fins de classificação.

No caso das unidades escolares, é indicado que haja ao menos um professor de cada área e um professor coordenador (PC), vice-diretor ou diretor pré-inscrito no curso de Gestão do Currículo, além de um integrante da direção pré-inscrito no Curso de Gestão da Escola. Estes grupos terão prioridade às vagas em relação aos que não preencham os mesmos requisitos.

A previsão é que a lista com a relação dos educadores selecionados seja publicada no site da Redefor (www.escoladeformacao.sp.gov.br/redefor) no início de setembro. As matrículas deverão ser feitas junto às universidades e os cursos têm início previsto para outubro.

Os cursos terão 360 horas de duração (entre 12 e 14 meses) e contemplam: especialização em docência para professores nas 13 disciplinas do currículo; especialização em Gestão da Escola, para diretores; especialização em Gestão do Currículo, para professores coordenadores; e especialização em Gestão da Rede Pública, para supervisores de ensino.

A Unicamp oferecerá os cursos de especialização em ensino de língua portuguesa, matemática, física, história e educação física. A Unesp, os de  especialização em ensino de língua inglesa, filosofia, arte, química e geografia. A USP ministrará especializações em ensino de ciências, biologia, sociologia, além dos três cursos da área de gestão.

Todos os cursos terão como referência o currículo da Secretaria da Educação e os materiais de apoio à sua implantação e definem-se com parte da estratégia para a melhoria dos resultados de aprendizagem dos alunos da rede pública estadual.  Nesse sentido, eles deverão propiciar aos profissionais da educação, essencialmente:

– A constituição de conhecimentos e competências pedagógicas e didáticas para domínio do currículo do Estado de São Paulo;
– A apropriação de uma cultura de desenvolvimento profissional como um processo coletivo, envolvendo a equipe escolar, com foco na sala de aula e na organização da escola;
– A constituição das competências necessárias para o trabalho de grupo produtivo, tais como interagir, expressar e ouvir pontos de vista, compartilhar idéias e buscar entendimento.

No total, o Redefor oferecerá cursos de especialização à distância para 30.000 profissionais da rede pública do Estado ao longo de 2010, 2011 e 2012. Os cursos serão oferecidos em duas etapas. A primeira (2010-2011) capacitará 9.910 educadores. Na segunda etapa (2011-2012), 20.090 profissionais serão contemplados. Em três anos, o programa terá um investimento total de R$ 109 milhões, sendo R$ 32 milhões previstos somente para este ano.

Para Fernando Costa e Herman Voorwald, respectivamente reitores da Unicamp e da Unesp, a participação das universidades estaduais paulistas no programa atesta o compromisso educacional e social das instituições.

“A participação da Unicamp neste convênio com a Secretaria de Estado da Educação demonstra o compromisso da universidade com a educação e formação de pessoas e, neste caso em particular, com a qualificação dos professores dos ensinos Fundamental II e Médio da rede pública paulista. É natural que uma universidade com experiência em ministrar cursos de graduação e pós-graduação de reconhecida qualidade se envolva em um projeto como este, com o desafio de transmitir essa mesma qualidade, por meio do ensino a distância, a um grande número de alunos de especialização”, pontua o reitor da Unicamp, professor Fernando Costa.

“Ao participar do projeto Redefor, a Unesp cumpre seu papel social ao contribuir para a melhoria dos ensinos Fundamental e Médio, por meio de cursos de especialização como esses, direcionado a professores da rede estadual”, afirma o reitor da Unesp, Herman Voorwald.

Política educacional eficaz

A política educacional de São Paulo se estrutura em quatro eixos. O primeiro se refere aos padrões curriculares adotados para a rede de cinco mil escolas. Dois programas se destacam: o Ler e Escrever, que estabeleceu a figura do professor auxiliar nas salas de aula nas classes iniciais e todo um sistema para reforçar a alfabetização das crianças, com 1,8 milhão de livros distribuídos, entre outros materiais; e o São Paulo Faz Escola, com a definição de um novo currículo e a distribuição 192 milhões de cadernos e materiais para alunos e professores com os conteúdos das diversas matérias, além de programas de capacitação.

O segundo eixo é a implantação de avaliações e metas de qualidade, com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) e a definição de metas para cada escola, que passou a ter o desafio de melhorar em relação à sua própria realidade.

O terceiro eixo da política educacional de São Paulo trata do programa de incentivos aos professores. Foi criado o Bônus por Resultados, que paga até 2,9 salários às equipes escolares que superam as metas definidas para as suas escolas. É um programa expressivo de premiação por resultados que mobilizou os docentes para melhorarem o desempenho de seus alunos.

O quarto eixo reformou a carreira dos professores, estabelecendo nova forma de ingresso (com curso obrigatório oferecido pela Escola Paulista de Formação de Professores) e o Programa de Valorização pelo Mérito. Foram criadas provas de promoção que permitem anualmente, a um quinto dos professores, promoção salarial de 25% de acordo com a permanência na escola e o resultado das avaliações.

Outras ações pioneiras foram adotadas, como a mudança na legislação para reduzir as faltas de professores e a criação da Prova dos Temporários, que permitiu pela primeira vez selecionar para as salas de aula os melhores professores disponíveis. Também foi aberto concurso para a contratação de 10.000 professores.

“São políticas muito consistentes e muito corajosas que já começam a dar resultado e, tenho certeza, colocaram a educação paulista no rumo certo”, aponta o secretário Paulo Renato.

Sobre o Programa Mais Qualidade

Lançado em maio de 2009 pelo Governo do Estado, o Programa + Qualidade na Escola criou, em sua primeira fase, a Escola de Formação de Professores de São Paulo, que mudou a forma de ingresso dos profissionais do magistério (instituindo o curso de formação como última etapa do processo seletivo), além de ter implementado duas novas jornadas de trabalho (de 12 e 40 horas semanais), aberto 80 mil novos cargos efetivos no magistério e regulamentado a situação dos professores temporários, instituindo o exame como requisito para sua atuação nas salas de aulas.

Na segunda fase da ação, foi criado o Programa Valorização pelo Mérito, que reconhece o esforço e a dedicação dos profissionais de toda a rede. O Valorização pelo Mérito permite aos docentes quadruplicar o salário inicial da carreira desde que cumpram as regras de promoção, tenham notas mínimas em avaliações  e consigam classificação entre os 20% melhores dentro do quadro total do magistério no Estado. A remuneração inicial para a jornada de 40 horas semanais, que hoje é de R$ 1.834,85, pode chegar a R$ 6.270,78 ao longo da carreira, um aumento de 242%.

O Programa Valorização pelo Mérito dá sequência à ampla política desenvolvida pelo Governo do Estado para melhorar a qualidade da educação, com medidas como o Programa Ler e Escrever (voltado à aceleração da alfabetização de crianças de 1ª à 4ª série), o São Paulo Faz Escola (com novo currículo e materiais específicos para alunos e professores) e diversas modalidades de recuperação de aprendizagem para alunos com dificuldades, entre outras ações.

Da Secretaria da Educação