Mais 100 mil plantas vão embelezar estações da CPTM e inibir invasão

Árvores ornamentais e frutíferas serão plantadas nas estações das linhas 7 (Rubi), 8 (Diamante) e 12 (Safira)

qui, 11/09/2008 - 9h58 | Do Portal do Governo

Antecipando a chegada da primavera, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) plantará mais 100 mil mudas de vegetação nas margens das vias de suas estações. O plantio vem ocorrendo desde 2004, com a criação de um viveiro, localizado na Lapa. Em alguns pontos de paradas, a paisagem da ferrovia, composta de trilhos, dormentes e pedras ganhou colorido com as flores e o verde das mudas de ipê, pau-brasil, aroeira e jatobá e das espécies ornamentais – palmeira, fênix, flamboyant, suinã (flor vermelha), coroa-de-cristo, pata-de-vaca e alecrim-falso. 

O passageiro pode observar os efeitos da arborização, por exemplo, na estação Villa-Lobos-Jaguaré, da Linha 9 – Esmeralda. As linhas que receberão as novas mudas são a 7 – Rubi (Luz-Francisco Morato), 8 –  Diamante (Júlio Prestes-Itapevi) e 12 – Safira (Brás-Calmon Viana). Além colorir o visual e reduzir os efeitos causados pela poluição atmosférica, mudas e árvores evitam pichação nos muros, depredação, despejo de lixo nas áreas da companhia e invasão por quem quer usar o transporte sem pagar a tarifa, argumenta Fábio Américo Alves Barreto, engenheiro agrônomo da CPTM.

Amor às plantas – As espécies mais usadas na proteção dos muros são os agaves, malvaviscos e murtas (arbusto pequeno com folhas e flores brancas aromáticas), explica Barreto, idealizador do projeto paisagístico. Admirador do agave, o engenheiro diz que a planta é ideal para proteger os muros porque é bonita, resistente, fica verde o ano todo e fecha completamente os espaços, impedindo a passagem com seus espinhos pontiagudos. Todas as variedades de agave sobrevivem em regiões secas porque acumulam água em suas folhas. A azul é usada também no preparo de tequila.

Plantada rente ao muro, a murta serve de proteção porque forma uma barreira verde e bloqueia o acesso indevido, justifica Barreto. O critério da escolha das espécies é realizado pelas condições de adaptação das plantas ao local árido, utilidade e beleza. “A grande diversidade traz impacto visual e ornamenta os ambientes”. Em alguns locais parece um jardim, comenta. Dessa forma, quando estão localizadas próximas às casas, a população ajuda na manutenção, não joga lixo e impede que outros façam isso, complementa.

Tapete verde – Como na maioria dos locais há fiação da rede elétrica, as plantas são baixas, caso do alecrim-falso que chega até 6 metros. É resistente, fica verde o ano todo, tem flores e vagens que atraem beija-flores. Outro benefício das plantas é que substituem a capina química, salienta o agrônomo, responsável pela manutenção de vias e líder da equipe que cuida do viveiro. Para esses casos, são usadas espécies como a trilobeta, que inibe o aparecimento de ervas daninhas e forma um tapete verde com flores amarelas.

A idéia de criar um viveiro nasceu da vontade de deixar o ambiente mais agradável. Começou com o plantio de sementes das frutas que consumia, de suas coletas de plantas em várias partes da cidade nos finais de semana e de doações de amigos. Em seguida, pediu a colaboração dos colegas de trabalho. Eles trazem sementes e mudas e até material reciclado utilizado no plantio. Agora já tem a participação de organizações não-governamentais (ONGs), comunidades e usuários, explica Fábio Américo Alves Barreto, engenheiro agrônomo da CPTM.

Reserva verde e sustentável

Embalagens de leite longa vida, garrafas PET e jornal são utilizados para confeccionar pequenos vasos onde germinarão os brotos. Até a cobertura do viveiro é feita com material doado e reciclado. Fábio Américo conta com orgulho que tudo é realizado sem custos para a empresa. É o viveiro, no qual são cultivadas quase 100 mil mudas de 200 espécies, que abastecerá as estações. Daí, saíram também as mudas distribuídas aos usuários em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, lembra.

No local, há um pomar bem heterogêneo com pés de amora, pitanga, cereja, araçá, goiaba, figo, tamarindo e abacate. Os cítricos ficaram de fora porque a aridez do solo e as condições do ambiente não permitem o seu florescimento. Até ervas medicinais ganharam um pedacinho de terra, como é o caso do boldo e do alecrim. Para cuidar dessa reserva verde, Barreto conta com o trabalho de um colega e, eventualmente, de bolsistas da Frente de Trabalho.

Claudeci Martins, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)