Nos próximos meses, deverá ser lançado em 22 países o livro “Tuberculose – Implantação do DOTS e algumas regiões do Brasil: histórico e peculiaridades regionais”, organizado pelos professores Antonio Ruffino-Netto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e Tereza Scatena Villa, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. A obra descreve a implantação da estratégia de tratamento diretamente observado da doença (DOTS) e despertou o interesse das organizações Pan-Americana (OPAS) e Mundial (OMS) de Saúde.
Lançado no Brasil ano passado, o livro reúne resultados de um trabalho que envolveu 30 pesquisadores de mais de treze instituições de ensino superior e de saúde e ONGs do País. “A estratégia DOTS, proposta pela OMS em 1993, é definida como uma das prioridades para o controle da tuberculose, principalmente, para os 22 países responsáveis por 80% do total de casos da doença notificados no mundo”, relata a professora Tereza.
“Ela é constituída de cinco pontos principais: detecção dos casos, tratamento padronizado de curta duração, fornecimento regular de medicamentos, sistema de registro e informação que assegure a avaliação do tratamento e compromisso do governo colocando o controle da tuberculose como prioridade entre as políticas de saúde.”
Um dos exemplos positivos de implantação da estratégia DOTS no Brasil é o da Paraíba, que investiu em seis municípios prioritários e teve uma queda de taxa de abandono de tratamento de 16% para 2% em 5 anos. “Outros estados com mais recursos, como o Rio de Janeiro, por exemplo, não obtiveram sucesso no período do estudo”, ressalta Tereza. “O que chamou a atenção na Paraíba foi o alto grau de comprometimento dos profissionais de saúde que lidam com a atenção a tuberculose, inclusive construindo parcerias com pessoas da comunidade.”
Implantação
Segundo o coordenador editorial da obra, professor Célio Lopes Silva, da FMRP, “o trabalho não teve a intenção de estudar a eficácia da estratégia DOTS, mas pretendeu apenas descrever a situação da implantação em algumas regiões do Brasil”. O livro foi distribuído gratuitamente para profissionais de saúde que atuam em serviços que desenvolvem ações de combate e prevenção à tuberculose em vários estados.
A divulgação da obra no exterior ocorreu por agências internacionais de saúde e em três eventos sobre tuberculose em Paris, no ano passado, num dos quais a professora Tereza participou como convidada.
Segundo a professora, o interesse das organizações internacionais no estudo publicado pelos brasileiros se deu em função da obra relacionar aspectos sociais e culturais das diferentes regiões do Brasil e suas peculiaridades na organização e funcionamento dos serviços de saúde, na atenção à tuberculose, o que pode servir de exemplo para programas de combate à doença em todo o mundo.
“O livro também pode contribuir para a elaboração de propostas de protocolos de gestão, de assistência e vigilância dos casos de tuberculose para o Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde”, diz Tereza. “O livro é fundamental para a reflexão sobre sistemas de saúde em municípios que priorizam o investimento na atenção básica e no controle da tuberculose e ainda são capazes de oferecer sustentabilidade para a estratégia DOTS.”
Com informações do Serviço de Comunicação Social da Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto
Mais informações: (0XX16) 3602-3407, com Tereza Scatena Villa
Fonte: Agência USP
