Literatura: ‘Plumária Indígena’ está entre os finalistas do Prêmio Jabuti

As co-edições da Imprensa Oficial do Estado já receberam 17 Prêmios Jabuti desde 1995

ter, 10/04/2001 - 17h37 | Do Portal do Governo

As co-edições da Imprensa Oficial do Estado já receberam 17 Prêmios Jabuti desde 1995

O livro ‘A Plumária Indígena Brasileira’, co-editado pela Edusp/Imprensa Oficial do Estado, está entre os três finalistas do Prêmio Jabuti, edição 2001, na categoria Produção Editorial. A escolha foi comunicada ontem pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). A definição do primeiro, segundo e terceiro lugares será conhecida no dia 19 de maio, às 19 horas, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. As co-edições da Imprensa Oficial do Estado já receberam 17 Prêmios Jabuti desde 1995.

A Plumária Indígena Brasileira foi produzido pelo artista gráfico Ricardo Assis e escrito pelas professoras Sonia Ferraro Dorta e Marília Xavier Cury a partir do acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo. Reúne o trabalho com plumas dos 45 principais grupos étnicos indígenas do Brasil e foi publicado no final do ano passado em edição bilíngüe (português-inglês). Em suas 467 páginas, registra a produção dos grupos kaiapó, bororo, karajá, kaxinawa e o urubu-kaapor.

‘A Plumária Indígena Brasileira’ nasceu das atividades conjuntas das áreas de Etnologia do Brasil e de museologia do MAE a partir da exposição Plumária Indígena Brasileira, realizada em 1993.

As peças retratadas no livro, agrupadas por etnias ou, em menor número, por grupos lingüistas culturalmente aparentados são originariamente provenientes da coleção do coronel Joaquim Sertório, da segunda metade do século passado, que está na raiz do núcleo inicial do Museu Paulista, em 1895, e do Museu Provincial da Associação Auxiliadora do Progresso da Província de São Paulo, criado em 1877.

A partir das primeiras expedições científicas, em 1947, com o trabalho de campo e a coleta sistemática de artefatos em populações indígenas, o acervo do Museu Paulista tornou-se mais importante, chegando a possuir 15 mil peças em 1989.

Outra fonte de formação do MAE foi o acervo do professor Plínio Ayrosa, titular da cadeira de Etnografia do Brasil e Língüa Tupi-Guarani, da USP, cujas primeiras peças teve remontam a 1930. A atual coleção do Museu tambëm como ponto de partida formou-se também a partir de diferentes formas de aquisição (doações, compras, permutas institucionais, expedições etnográficas) e de coleta e refletem mais de um século de colecionamento, perfazendo um total de 20 mil peças.

‘A convergência de soluções estéticas e técnicas engenhosas, aliada às características singulares da matéria prima empregada – a plumagem das aves – permite-nos afirmar ser a plumária a categoria de maior notabilidade do elenco da cultura material dos índios do Brasil’.

Agrupa adornos corporais, máscaras rituais e artefatos diversos para várias finalidades: brinquedos, armas, cestos, instrumentos musicais etc.

As primeiras referências a esse tipo de arte estão na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, em 1500. Desde então, a plumária vem sendo praticada, em maior ou menor grau, pela maioria dos 212 grupos étnicos existentes hoje em dia. Cada especificidade ou técnica revela estilos de universos culturalmente diversos a partir de visões do mundo, além de situações ambientais e históricas igualmente díspares.

O livro ‘A Plumária Indígena Brasileira’ faz parte da Coleção Uspiana, de 12 títulos, sete dos quais já lançados, marca a presença editorial da USP e da Imprensa Oficial do Estado nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

O livro pode ser adquirido na Livraria Virtual da Imprensa Oficial ou pelo telefone 0800.123401.