Lembo recebe alunos do Curso de Direito da USP

Governador apóia permanência da estátua do poeta Álvaro de Azevedo no Largo São Francisco

qui, 06/07/2006 - 13h27 | Do Portal do Governo

O governador Cláudio Lembo recebeu em audiência, no Palácio dos Bandeirantes, na manhã desta quinta-feira, 6 de julho, o diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo March, que estava acompanhado de quatro alunos. Eles vieram pedir apoio ao governador junto à Prefeitura de São Paulo para manter a estátua do poeta Álvares de Azevedo, ex-aluno da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco.

A estátua ficava na Praça da República e foi retirada de lá por um grupo de alunos no dia 20 de maio deste ano, durante participação dos estudantes na Virada Cultural promovida pela Prefeitura da Capital, e transportada para o Largo São Francisco, em frente à Faculdade.

O governador concorda com a permanência da estátua no novo local. Para ele, os estudantes levaram para junto da faculdade uma figura simbólica da casa. “Tudo o que é da Faculdade de Direito, do Largo São Francisco, tem que ser preservado lá, naquele território livre”, destacou.

Durante a audiência, Lembo telefonou para o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e promoveu uma conversa com os estudantes. De acordo com o aluno do 2º ano de Direito na USP, Marcelo Adolfi, o prefeito garantiu apoio. “Esse talvez seja o maior passo que demos nessa campanha pela permanência da estátua no Largo São Francisco”, afirmou.

Adolfi explicou que a campanha pela preservação da estátua tem cerca de um ano. Em 2005, integrantes do Centro Acadêmico iniciaram uma campanha para que a estátua fosse restaurada pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) do município. Segundo ele, a escultura estava degradada e sofria depredações.

Como isso não aconteceu, os alunos resolveram transferir por conta própria a estátua e a levaram para o Largo São Francisco. “Isso foi feito sem o consentimento formal do DPH, que é quem tem a tutela jurídica sobre a estátua. Ao contrário do que pode parecer, foi um ato de preservação do patrimônio público e também das tradições da Faculdade de Direito, que produziu tantos poetas, artistas e sábios notórios na área da jurisprudência”, afirmou Adolfi.

Segundo ele, a manutenção da escultura no novo espaço ganhou a adesão de mais alunos, que fazem campanha para obter a aprovação pelo DPH da permanência da estátua no Largo São Francisco. “É por isso que viemos aqui pedir o apoio do governador Cláudio Lembo, que também é ex-aluno da Faculdade de Direito”, disse o estudante.

Ele ressalta que não houve apropriação de patrimônio público, já que a escultura continua em espaço público.

De acordo com Adolfi, os alunos estão trabalhando na preservação da estátua. O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP já solicitou orçamento a uma empresa especializada em restaurações e pretende, com recursos próprios, viabilizar a intervenção. Segundo ele, os estudantes devem investir, via Centro Acadêmico, cerca de R$ 15.000 no restauro, que inclui banho de cobre, tratamento antioxidante, retirada de manchas e aprofundamento das palavras gravadas na pedra que sustenta a escultura, além da retirada de uma colméia de abelhas de dentro da estátua.

Também participaram da audiência os alunos Giovanni de Luca, Rui Nogueira e Caio Miranda Carneiro.

Cíntia Cury