Lembo recebe a presidente do Senado do Japão Chikage Oogi

Centenário da imigração japonesa e protocolo de Kyoto foram alguns dos temas tratados no encontro

seg, 21/08/2006 - 14h22 | Do Portal do Governo

 O governador Cláudio Lembo recebeu, nesta segunda-feira, 21 de agosto, no Palácio dos Bandeirantes, a presidente do Senado do Japão, Chikage Oogi, a primeira mulher a assumir a presidência do Senado no Japão e também a primeira a visitar o Brasil na condição de presidente da casa.

No encontro foram discutidas as festividades do centenário da imigração japonesa no Brasil, que serão realizadas em 2008, durante o Ano de Intercâmbio Japão-Brasil. Também falaram sobre as relações comerciais entre o Estado e o Japão e o envio de professores para escolas de brasileiros que vivem naquele país. Lembo destacou a visão social dos japoneses, que contribuíram, com o financiamento pelo Japan Bank (JBIC), para a realização de importantes ações, como o rebaixamento da calha do Tietê e as obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo.

O governador lembrou que, entre os preparativos para as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, o Governo do Estado cedeu, no ano, passado um prédio localizado no bairro da Liberdade, região central da capital, para que seja transformado no Museu de Arte Moderna Nipo-Brasileira Manbu Mabe.

Lembo também destacou o uso da ‘Tocha da Amizade’ nas comemorações previstas para 2008. “Esse fogo simbólico sairá do mesmo local, no Japão, de onde saíram os imigrantes japoneses, chegará ao Porto de Santos e fará todo o percurso que os primeiros imigrantes fizeram”, disse. Ele convidou a presidente do Senado a participar da cerimônia, ou partindo do Japão, ou no Brasil quando a tocha chegar.

O governador chamou a atenção ainda para o Protocolo de Kyoto e para a necessidade de expansão do Conselho de Segurança da ONU para evitar conflitos. “Que o Brasil e o Japão possam se unir cada vez mais para que o Protocolo de Kyoto seja adotado por todos os países, não apenas por alguns”, afirmou.

Lembo destacou o uso do etanol como combustível como uma das medidas adotadas pelo Brasil que tem contribuído para a redução da emissão de poluentes pelos automóveis. “Tenho convicção que o uso do etanol será muito oportuno para evitar uma concentração de poluentes em todo o espaço japonês”, enfatizou.

Durante a visita ao Brasil, Oogi deverá visitar indústrias produtoras de álcool combustível. “No Japão também tem plantação de cana-de-açúcar, então, vamos aprender a tecnologia brasileira para a fabricação de etanol”, afirmou a presidente do Senado japonês. Ela ressaltou, porém, que a área disponível para o cultivo no Japão é muito pequena e não tem condições de competir com o Brasil. “Queremos ser parceiros”, disse.
 
Professores brasileiros no Japão
  

A presidente do Senado japonês lembrou que esta é sua segunda visita ao Brasil. Ela esteve no país há 26 anos. “Depois de 26 anos, fiquei muito impressionada com o desenvolvimento do Estado de São Paulo”, afirmou. Oogi aproveitou para agradecer o envio de professores para escolas brasileiras no Japão. “Nós, parlamentares, gostaríamos de apoiar esse tipo de iniciativa para fortalecer a cooperação entre os dois países”, disse ela.

O governador enfatizou que o Brasil enviou professores ao Japão para que ofereçam acompanhamento aos estudantes e famílias de brasileiros que estão vivendo no Japão. “Devemos esclarecer que a iniciativa privada tem elaborado alguns documentos excepcionais para o aprimoramento das relações Japão-Brasil, particularmente livros de história do Japão e do Brasil para serem distribuídos lá no Japão”, afirmou. Lembo destacou ainda que recentemente uma instituição financeira elaborou um livro com as lendas populares brasileiras, em japonês e português. 

O Brasil abriga a maior comunidade nipônica fora do Japão, com aproximadamente 1,4 milhão de imigrantes japoneses. Desses, 1,01 milhão vivem em São Paulo.

No fim do encontro, o governador entregou um livro com fotos da Mata Atlântica à presidente do Senado, que retribuiu, com uma caixa em artesanato japonês para guardar correspondência e um livro de fotos de um teatro só de homens, no qual o marido dela atua.

Cíntia Cury