O governador Cláudio Lembo participa, nesta segunda-feira (09/10), de um seminário sobre oportunidades de negócios e investimentos, no Uruguai. Lembo apresentará aos investidores o potencial do Estado de São Paulo, que tem o 2º orçamento do Brasil, só atrás da União.
Em sua visita ao Uruguai, o governador paulista tem encontros agendados com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, o prefeito de Montevidéu, Ricardo Ehrlich, e o Ministro das Relações Exteriores do país, Reinaldo Gargano.
Relação comercial Uruguai – São Paulo
De 1996 a agosto deste ano, os investimentos anunciados pelo Uruguai em São Paulo foram de US$ 34,93 milhões.
Ano passado, o São Paulo exportou US$ 337 milhões para o Uruguai (34% a mais que no ano anterior) e importou US$ 112 milhões, totalizando o montante US$ 449 milhões.
Em 2004, o montante da relação comercial alcançou US$ 392 milhões: São Paulo exportou US$ 251 milhões para o Uruguai e importou US$ 141 milhões.
Relação comercial Uruguai – Brasil
O Brasil exportou para o Uruguai, no ano passado, US$ 849 milhões (27% a mais que no ano anterior) e importou US$ 493 milhões, totalizando US$ 1,342 bilhão em negócios.
Em 2004, o país exportou US$ 667 milhões para o Uruguai e importou US$ 522 milhões, atingindo a soma de US$ 1,189 bilhão em negócios.
Investimentos brasileiros no Uruguai
O Uruguai é importante destino de capitais produtivos brasileiros. AMBEV, Banco do Brasil, Calçados Datelli, Frigorífico Pul S.A., Gerdau Laisa (maior indústria privada do Uruguai, que anunciou aumento de seus investimentos de US$ 6 milhões), O Boticário, Sadia, Real Seguros e Porto Seguro são alguns exemplos de investidores brasileiros naquele país.
No setor agrícola, cerca de 35% dos arrozais uruguaios são de propriedade de agricultores brasileiros. Além desses, a empresa RIMA estuda a instalação de planta no Uruguai para produzir e exportar silício metálico.
A AMBEV, principal empresa do setor de bebidas no Uruguai, tem investimentos no país superiores a US$ 100 milhões. O aumento de produção de malte, e da área de plantio de cevada, injetarão na economia uruguaia recursos adicionais da ordem de US$ 12 milhões.
A Petrobras adquiriu, em 2004, 55% das ações da Conecta, empresa detentora do monopólio da prestação de serviços de distribuição de gás natural encanado no interior do Uruguai. Em novembro de 2005, obteve 51% das ações da Gaseba, companhia distribuidora de gás natural em Montevidéu. Em dezembro, comprou os 90 postos de combustíveis da Shell no país. A compra dos ativos da Shell no Uruguai faz parte da estratégia da empresa de consolidar-se no ramo energético. Calcula-se que a transferência da marca Shell para Petrobras demorará em torno de 12 meses.
Uruguai
A adoção de políticas macroeconômicas pelo governo uruguaio e as condições externas favoráveis propiciaram a recuperação da economia e a contenção da taxa de inflação anual em cerca de 5% em 2005 (abaixo do teto de 6,5% acordado com o FMI).
A retomada do crescimento econômico e o fortalecimento do peso uruguaio em relação ao real, ao peso argentino e ao dólar norte-americano fizeram as importações crescerem a taxas superiores às das exportações, provocando elevado déficit comercial e acentuando o tradicional déficit em conta corrente existente no país.
O Uruguai tem hoje 3,4 milhões de habitantes e Produto Interno Bruto (PIB) per capita nominal de US$ 5.091. O elevado crescimento do PIB (6,6% em 2005) não logrou reduzir a taxa de desemprego no país.
As contas externas foram equilibradas por acordos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial que aprovaram empréstimos de US$ 1,2 bilhões e US$ 800 milhões, respectivamente, para o qüinqüênio 2005-2009, destinados a projetos sociais, melhoria da administração pública e à reforma do setor financeiro. Por outro lado, a emissão de bônus de longo prazo e a reprogramação de parte dos pagamentos de amortizações com o FMI contribuíram para o equilíbrio externo.
De acordo com o FMI, as importações uruguaias aumentaram 20,7% em relação a 2004 e foram provenientes, predominantemente, da Argentina (19,2% -US$ 897 milhões); Brasil (18,8% – US$ 876 milhões); Paraguai (14% – US$ 654 milhões); Estados Unidos (8,4% – US$ 391 milhões); China (6% – US$ 281 milhões); Rússia (4,4% – US$ 207 milhões); Alemanha (2,6% – US$ 122 milhões); Itália (2,6% – US$ 121 milhões); França (2,3% – US$ 108 milhões) e Chile (1,7% – US$ 81milhões).
André Muniz