O mais novo imortal, Miguel Reale Júnior
O advogado Miguel Reale Júnior, o governador Claúdio Lembo e o presidente da APL Ives Gandra Martins
Governador destacou a importância da APL em seu discurso
O governador Cláudio Lembo participou na noite desta quinta-feira, dia 26, da posse do jurista Miguel Reale Júnior que assumiu uma cadeira na Academia Paulista de Letras (APL), na Vila Buarque, centro da Capital.
O jurista Miguel Reale Júnior passa a ocupar a cadeira de número 2, vazia desde a morte do professor Miguel Reale. Durante a cerimônia, Lembo – presidente honorário da APL, passou as mãos de Reale Júnior o colar dos imortais.
Em seu discurso, o governador ressaltou a importância da APL para a preservação dos costumes da sociedade. “Nós estamos perdendo a identidade nacional. Esta Academia é que preserva o passado, a nossa cultura e a dignidade de nosso povo. Estar aqui é uma alegria imensa, porque sei que São Paulo preserva suas longas e notáveis tradições”, observou o governador.
O mais recente ocupante da APL é professor titular da Faculdade Direito da USP desde 1987. Ele preside a Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais há dois anos; é membro do conselho jurídico da Fiesp (Federação das Industrias do Estado de São Paulo), do Instituto Brasileiro de Ciências Penais, da Academia Brasileira de Ciências Criminais e do Instituto Brasileiro de Filosofia. Em 2002, Miguel Reale Júnior foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique e secretário de Segurança Pública de São Paulo nos anos de 1983 a 84.
No discurso de posse, Miguel Reale Júnior recordou do currículo de seus antecessores na cadeira. Ele falou, ainda, sobre sua perspectivas para o futuro. “Pretendo estar nesta trincheira em favor da pessoa humana. Quero ressaltar o valor de justiça que é aquilo que nos move em prol do bem comum”, comentou.
Já o presidente da APL, Ives Gandra Martins, destacou o currículo de Miguel Reale e também dos encontros com o professor nas reuniões às quintas-feiras. “A Academia hospedou grande figuras da história de São Paulo e o Miguel Reale foi um deles. Era muito bom tê-lo aqui com suas idéias instigantes que eram defendidas sempre com muita humildade. A cadeira deixada por ele não poderia ser ocupada por outra pessoa que não fosse Miguel Reale Júnior”, concluiu o presidente.
Após ser empossado, Miguel Reale Júnior lançou oficialmente mais um livro. Trata-se do romance policial “Escuridão na Clareira”, que conta a história de fatos recentes ocorridos no Brasil numa mistura com ficção e realidade. A obra tem personagens como o policial Arzibu que é chamado para resolver um crime pela sua experiência na Divisão de Homicídios de uma pequena cidade.
APL
A Academia Paulista de Letras foi criada em novembro de 1909 pelo médico e polígrafo Joaquim José de Carvalho. A primeira sede da APL foi o Conservatório Dramático e Musical. Em 1948, o governo de São Paulo doou o espaço onde está hoje localizada a APL, no Larqo do Arouche, centro de São Paulo. Ao todo, a APL tem 40 cadeiras ocupadas por intelectuais como Paulo Bonfim, Rubens Teixeira Scavone, Lygia Fagundes Telles, entre outros.
Cleber Mata
