O governador Cláudio Lembo participou na noite desta quarta-feira, dia 25, da cerimônia de entrega do 28º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e do 2º Prêmio Vladimir Herzog de Novos Talentos de Jornalismo, no Parlamento Latinoamericano, na Barra Funda, zona Oeste da Capital.
Promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), o prêmio foi criado após a morte do jornalista Herzog em 1975, como incentivo à produção de matérias sobre os direitos humanos. Outra proposta da premiação é incentivar o papel social dos jornalistas para que eles atuem em defesa da democracia.
Em seu discurso, Lembo aproveitou a presença do coral formado por índios Guaranis da Aldeia Krukut, para fazer uma reflexão sobre dois períodos da história do Brasil: a colonização do País e a ditadura militar.
“Os índios sofreram com a colonização porque não havia imprensa. Se houvesse imprensa à época, as tribos indígenas estariam convivendo conosco. Quando falta imprensa, conseqüentemente falta transparência e daí perde-se a cidadania e também a dignidade”, observou o governador.
Ele destacou, ainda, o momento difícil vivido pelos jornalistas nos anos de repressão. “O Vladimir Herzog é um símbolo de todo sofrimento do período cinza na história do Brasil e, portanto, esse prêmio tem duplo significado: a lembrança deste período e o registro dos vitoriosos de cada ano”, comentou Lembo.
Durante o evento, o grupo Tortura Nunca Mais, a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e os procuradores da República Sérgio Suiama, Marlon Weichert e Eugênia Fávero foram homenageados pelo Sindicato dos Jornalistas, devido aos trabalhos desenvolvidos em defesa dos direitos humanos.
A premiação teve apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Arquidiocese de São Paulo e familiares do jornalista Herzog. Ao todo, 41 profissionais da área de comunicação e estudantes receberam o prêmio.
Além do governador, estiveram prestigiando o evento o presidente da Assembléia Legislativo do Estado de São Paulo (Alesp), deputado Rodrigo Garcia, o secretário nacional de Direitos Humanos, ministro Paulo Vannuchi, o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo,o presidente do SJSP, José Augusto de Carmargo, o vice-presidente da ABI, Audálio Dantas, familiares de Herzog e cerca de 600 pessoas.
Vladimir Herzog
O croata Vladimir Herzog nasceu em 1937 em Osijek e veio para o Brasil aos nove anos. Iniciou sua carreira no jornal O Estado de S. Paulo no ano de 1959. Em, 1965 viajou para Londres onde trabalhou como locutor e produtor da BBC. Ele passou, ainda, pela revista Visão e pela TV Cultura, antes de ser interrogado e morto pelos agentes da repressão no ano de 1975.
A morte de Herzog marcou um momento histórico da sociedade brasileira que à época já repudiava a ditadura militar, a censura e lutava pela redemocratização do país e pela defesa da liberdade de imprensa.
Os vencedores da 28º edição do prêmio foram:
Jornal
Bernardino Carvalho, Ciara Carvalho, Gilmar Penteado, Almiro de Moraes e Élcio Braga
Reportagem de TV
Emerson Ramos, Luci Jorge e Yula Rocha de Castro
Documentário
Frederico Neves, Caio Cavechini e Vera Carpes
Rádio
Cid Martins, Fábio Almeida, Jocimar Farina e Geraldo Nunes
Internet
Juliana de Melo, Benira Maia e Thaís Brianezi
Imagem de TV
Marco Piva, Eduardo Rajabally, Alessandro Rodrigues e Francisco Júnior
Revista
Eliane Brum, Solange Azevedo, Célia Chaim e Marques Cesara
Artes
Gilmar Barbosa, Miguel Falcão e Antônio Carlos de Paula Júnior
Livro Reportagem
Bruno Manso, Hugo Studart e Grace Ignatowicz
Fotografia
Beto Figueiroa, Marcos Fernandes, Kiko Charret e Teresa Maia
Novos Talentos
Renan dos Santos Martos, Valéria Teixeira Graziano, Marília Fernanda Salvador e Renata Morales Costa
Cleber Mata