Evento é realizado no Palácio dos Bandeirantes
Lembo disse que as estruturas universitárias em todo o mundo passam por um momento difícil
Participam especialistas em educação do Brasil, Argentina, EUA, Bélgica, Índia e Portugal
O governador Cláudio Lembo participou, na manhã desta quinta-feira (14/12), da abertura do Seminário Internacional de Direito e Educação, promovido pelo governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e do Conselho Estadual de Educação, em parceira com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE).
Especialistas em educação do Brasil, Argentina, Estados Unidos, Bélgica, Índia e Portugal debatem hoje e amanhã os desafios e perspectivas do ensino superior, em evento no Palácio dos Bandeirantes.
Lembo disse que as estruturas universitárias em todo o mundo passam por um momento difícil. “Nós percebemos que a crise é universal. Por toda parte há debates sobre universidades e eu não vejo grandes caminhos surgirem”, declarou.
De acordo com o governador, a burocracia inerente a universidade continua. “Não vejo como isso seja rompido com facilidade. Sou simpático a universidade pública, que é um agente impulsionador de pesquisa e formador de quadros qualificados para a sociedade em geral, porém a universidade pública tornou-se muito grande no nosso país, uma máquina burocrática pesada que custa muito e nem sempre é eficiente”, afirmou.
Segundo o governador, é necessário pensar outras formas administrativas para as universidades e institutos superiores. “As unidades isoladas têm tido uma maior eficiência e, talvez, maior flexibilidade que a grande universidade”, destacou.
Ele lembrou que as universidades perderam grandes pesquisadores em função da reforma da Previdência Social e a reposição desses quadros é muito difícil. “É preciso formar uma elite intelectual, sem ela não se constrói um país nem uma sociedade melhor”.
Outro problema levantado pelo governador é a massificação do ensino. “A democratização das universidades foi uma forma que se buscou a universalidade para os bens comuns para todo o povo. Mas isso fez a universidade parar de criar figuras de elite para simplesmente massificar”, acrescentou.
Lembo declarou que espera que durante o seminário surjam sugestões para esses desafios do mundo contemporâneo.
Participam do primeiro painel de hoje, ‘Desafios da Educação Superior, Novos Modelos para a Educação Superior’, Sérgio Queiroz, secretário-adjunto da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Simon Schwartzman, professor da Fundação Getúlio Vargas, Jorge Balan, executivo da Fundação Ford, Eunice Durham, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, Cláudio Luiz da Silva Haddad, professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e Kishore Singh, especialista da Unesco em educação.
O segundo painel, com início previsto às 13:45 horas, discutirá a ‘Diversidade e Heterogeneidade no Ensino Superior I – O Plano Diretor do Ensino Superior no Estado de São Paulo’.
O debate sobre a ‘Diversidade e Heterogeneidade no Ensino Superior II – As Instituições de Educação Superior e as Autoridades Estatais: Autonomia e Controle’ fecha o primeiro dia do evento.
Professores, reitores, pesquisadores, juízes e juristas brasileiros participarão dos cinco painéis do seminário, coordenado por Nina Ranieri e Monica Herman, professoras do Departamento de Direito do Estado da USP, e a juíza Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
O evento conta, ainda, com a participação do professor Pedro Barbas Homem, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, do americano Charles J. Russo, da Universidade de Daytona, e do belga Jan De Groof, presidente da Associação Européia de Direito Educacional.
O painel ‘Diversidade e Heterogeneidade no Ensino Superior III – A Formação de Magistrados (AJUFE)’ abre amanhã, dia 15, o segundo dia do seminário.
O debate ‘Diversidade e Heterogeneidade no Ensino Superior IV – Perspectivas Internacionais – O Protocolo de Bologna’ encerra o Seminário Internacional de Direito e Educação.
André Muniz
