Leilah Assumpção é tema de livro da Coleção Aplauso

Livro de Eliana Pace narra o percurso de uma das mais importantes dramaturgas brasileiras.

sex, 28/12/2007 - 11h53 | Do Portal do Governo

Descendente de uma família de educadores, Leilah Assumpção nasceu em Botucatu, no interior de São Paulo, em 1943. O pai, professor de matemática e filosofia, fazia teatro amador; a mãe, diretora de colégio, adorava escrever e era amiga de Monteiro Lobato. A menina Leilah cresceu em meio aos livros e desde pequena escrevia peças teatrais e se divertia montando os cenários e encenando com as primas e vizinhas. Esses e outros fatos curiosos são contatos em Leilah Assumpção – A Consciência da Mulher, livro de Eliana Pace para a Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Leilah Assumpção formou-se em Pedagogia, mas não seguiu a carreira dos pais. Mudou-se para São Paulo em 1963 e decidiu ser modelo e atriz. Na capital fez vários cursos de desenho, moda e teatro. Passou a encarar a dramaturgia com mais seriedade. Uma de suas peças de mais sucesso foi Fala Baixo Senão Eu Grito, que estreou em 1969 em São Paulo, sob a direção de Clóvis Bueno e com Marília Pêra e Paulo Villaça no elenco. Comédia pungente, a peça foi definida pelo crítico Sabato Magaldi como uma “autêntica obra-prima” e lhe rendeu os prêmios Molière e da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor autor.

Além de escrever para teatro, Leilah Assumpção se destacou como autora de televisão. Seu primeiro trabalho para o veículo foi a telenovela Venha Ver o Sol na Estrada, para a TV Record. Também escreveu minisséries e casos especiais para a TV Globo.

A vitalidade de sua obra está na composição de figuras femininas densas em busca do auto-conhecimento e da auto-expressão. Suas personagens são o instrumento que ela usa para abordar temas como a conquista da liberdade sexual e os conflitos sociais. O processo de criação dos textos também é abordado no livro: “Trabalho a partir de um impulso, uma emoção que parece querer transbordar”, afirma a dramaturga. 

Sobre a Coleção Aplauso

Com 115 títulos já lançados que contam a história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro por meio de seus principais protagonistas, a Coleção Aplauso foi idealizada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em 2004. Nesses três anos, a coleção retratou a trajetória e o trabalho de artistas consagrados e contemporâneos como Sérgio Cardoso, Anselmo Duarte, Aracy Balabanian, Bete Mendes, Eva Wilma, Fernando Meirelles, Gianfrancesco Guarnieri, Leonardo Villar, Maria Adelaide Amaral, Paulo José, Raul Cortez, Sílvio de Abreu e Zezé Mota.

A coleção é coordenada pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e traz sobretudo livros no formato pocket e com preços populares. Os textos são leves e escritos em primeira pessoa por jornalistas a partir dos depoimentos dos biografados. Além dos perfis, são publicados roteiros de cinema, muitos deles comentados e acrescidos de crítica e ficha técnica, compondo documentação inédita sobre a filmografia nacional dirigida ao público em geral, mas que interessa, sobretudo, a estudiosos e pesquisadores.

A idéia de fazer a coleção partiu de Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial do Estado. “A proposta é lançar livros com informações que corriam o risco de se perder por falta de recursos, interesse comercial e até pela inexistência de uma política voltada para resgatar, valorizar e consolidar a rica trajetória da produção brasileira nas artes cênicas”, comenta.

Da Imprensa Oficial

(L.F.)