O Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc), da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu sistema de gerenciamento e transmissão de vídeos científicos para instituições de ensino no Brasil. Ainda neste semestre, a tecnologia estará na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que encomendou o trabalho ao laboratório da Poli.
A idéia é centralizar num só local (rede) os vídeos espalhados por universidades e centros de pesquisas. A plataforma do Larc permitirá a distribuição gratuita de imagens sobre atividades de ensino e pesquisa realizadas em todo o País. Funcionará como se fosse o conhecido site de imagens you tube, porém direcionado aos setores científico, acadêmico, tecnológico e educacional.
A física e pesquisadora Regina Melo Silveira, coordenadora dos trabalhos no Larc, conta que o sistema oferecerá vídeos de domínio público, com acesso livre, e outros restritos às comunidades de especialistas previamente cadastradas. “Imagine uma pesquisa em medicina com vídeos de cirurgias sem que possam ser divulgados abertamente, por exemplo. Essas imagens ficam num ambiente reservado somente aos integrantes do grupo”, explica Regina.
Software livre – As produções oferecidas na rede serão também sobre eventos realizados nas instituições de ensino – debates, palestras, aulas. Além do acesso a vídeos, o sistema permitirá a inserção de outros documentos. A política de introdução de vídeos na plataforma ficará coordenada pela RNP.
“Até o final do ano será possível distribuir o sistema como software livre, para ficar à disposição e ser personalizado por qualquer instituição de ensino e pesquisa no País, pública ou privada”, prevê Regina. Uma versão da plataforma será usada internamente, no ambiente acadêmico da USP. “Temos muitos vídeos guardados na universidade, feitos por professores e alunos, e é necessário ter um lugar único para armazenar e oferecer essas produções ao nosso público acadêmico”. O desenvolvimento do sistema de vídeo no Larc foi financiado pela RNP, que investiu em dois anos R$ 250 mil em mão-de-obra e mais R$ 60 mil em equipamentos.
Conexões internacionais – A RNP foi criada em 1989 pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), tendo em vista construir infra-estrutura de rede Internet nacional para a comunidade acadêmica, mas sua instalação começou dois anos depois. A rede oferece conexão gratuita à Internet para instituições federais de ensino superior vinculadas ao Ministério da Educação, unidades de pesquisa federais ligadas ao MCT, agências de ambos os ministérios e outras instituições de ensino e de pesquisa públicas e privadas.
Além da integração do território brasileiro, a RNP oferece conexões internacionais para os Estados Unidos. Dispõe de 12 servidores (transmissores) no território brasileiro e outros 16 serão montados futuramente. Mais de um milhão de usuários da comunidade acadêmica brasileira se beneficia dessa infra-estrutura que estimula a ciência e a educação superior no País.
SERVIÇO
Mais informações no site www.rnp.br
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
