Jovens Acolhedores ajudam a humanizar hospitais do Estado

Universitários trabalham em unidades de saúde em troca de bolsas de estudo integral

ter, 22/09/2009 - 20h13 | Do Portal do Governo

(atualizado 14 de outubro)

Aos 23 anos, Gláucia Silva de Souza não para de pensar no negócio que pretende abrir após concluir a faculdade de administração com ênfase em comércio exterior. Já o jovem Fernando Matheus está no 1º ano de licenciatura em química em uma universidade privada de Santo André e já escolheu sua profissão: professor de ensino médio. O que Gláucia e Matheus têm em comum? Todas as manhãs, das 8h às 12h, eles trabalham no setor de raio-x do Hospital Infantil Darcy Vargas, na zona sul de São Paulo, onde são monitores do Programa Jovens Acolhedores.

O perfil do estudante selecionado para participar do projeto é esse mesmo: não precisa entender de medicina nem conhecer os procedimentos técnicos de atendimento do hospital. Basta ser atencioso e gostar de atender bem as pessoas. Mantido pela Secretaria da Saúde, o programa foi criado para receber pais e pacientes com mais atenção, realizar atividades recreativas com as crianças, como oficinas de desenho ou ações na brinquedoteca, e promover conversas para tranqüilizar os familiares.

Fernando acredita que a experiência no Darcy Vargas será útil na sala de aula. “Quando vejo o sorriso de uma criança, fico até emocionado. Isso é muito importante”, afirma o garoto. “Quero aproveitar essa oportunidade porque é uma experiência de vida e vai ajudar na minha formação e na carreira”, diz Gláucia. Em compensação pelo trabalho, eles recebem uma bolsa de estudo integral com validade de um ano.

De acordo com o diretor do Hospital Infantil Darcy Vargas, Sérgio Sarrubbo, os garotos que participam do programa são muito elogiados pelos pacientes e familiares. “O Jovem [Acolhedor] ajuda a deixar o hospital mais humanizado. Eles fazem um rodízio por vários setores e atuam no pronto-socorro, ambulatório, raio-x, no laboratório de análises clínicas, no atendimento. Tudo isso é supervisionado por uma assistente social e por uma psicóloga”, afirma Sarrubbo. “Esse programa é importante não só para o hospital, mas também para a formação pessoal do estudante”, completa.

Já passaram pelo Darcy Vargas “Jovens Acolhedores” que estudam (ou estudavam) enfermagem, biologia, pedagogia, turismo, educação física, entre outros cursos. O programa não exige que o universitário interessado estude medicina ou outro curso na área da saúde – mesmo porque estes cursos exigem dedicação integral.

Como participar

O Programa Jovens Acolhedores atua em 65 hospitais e unidades de saúde do Estado de São Paulo. Para participar do processo seletivo, que ocorre uma vez ao ano geralmente no mês de maio, basta se cadastrar no site www.saude.sp.gov.br. Após o período de inscrição, há um sorteio e os jovens contemplados recebem isenção da mensalidade escolar – a Secretaria de Saúde paga até 80% do total, limitado a R$ 350, e as faculdades cadastradas se comprometem a complementar os valores.

Vale lembrar que o projeto só vale para as instituições que já se interessaram e se cadastraram na Pasta. A relação de entidades parceiras da Secretaria da Saúde muda todos os anos. Confira a lista de centros de ensino que participaram do programa no processo de seleção de 2009 no site do Programa Jovens Acolhedores.

O contrato é de um ano e os participantes precisam cursar do primeiro ao penúltimo ano universitário e ter disponibilidade de 20 horas semanais entre segunda e sexta-feira. No momento da inscrição, o estudante escolhe a unidade que deseja trabalhar (pode optar por unidades em outras cidades). Todos os bolsistas recebem treinamento específico da Secretaria para realização do atendimento nas unidades de saúde.

Do Portal do Governo do Estado de São Paulo