Jovem da Fundação Casa ganha ouro e título de campeão paulista de caratê

Interno ganhou o título paulista na modalidade Shiai Kumitê individual (faixa amarela) adulto

qua, 31/10/2007 - 10h53 | Do Portal do Governo

Cinco adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa nas unidades de Ribeirão Preto e Rio Pardo, no interior do Estado, foram classificados na fase paulista e disputarão o Campeonato Brasileiro de Caratê, em Recife (PE), de 8 a 11 de novembro.

O 14º Campeonato Paulista de Caratê Interestilos promovido pela Federação Paulista de Caratê Interestilos ocorreu no dia 21, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Mais de 700 atletas de 38 academias de todo o Estado disputaram as vagas para a fase nacional.

“A Fundação Casa é a única instituição do Brasil que atende menores infratores participantes do torneio”, informa o professor de caratê Eduardo Michelim, coordenador do Projeto de Caratê da Fundação Casa da região norte do Estado.

Doze jovens das unidades Ribeirão Preto e Rio Pardo (ambas do complexo Ribeirão Preto) e um adolescente egresso competiram na etapa estadual.

Desses, sete receberam medalhas: uma de ouro, duas de prata e quatro de bronze. Um garoto ganhou medalha de ouro e tornou-se campeão paulista na modalidade Shiai Kumitê individual (faixa amarela) adulto (acima de 18 anos). 

Campeonato Brasileiro

Outro ficou com o vice-campeonato (prata) na categoria Shiai Kumitê adulto individual (faixa vermelha e laranja). No terceiro lugar houve uma premiação na categoria Shiai Kumitê individual juvenil (15 a 17 anos) faixas branca e amarela, e outra em equipe (duas pessoas) na categoria Shiai Kumitê juvenil, faixas branca e preta.

Outro destaque foi o egresso Anderson de Campos, que já participou de vários campeonatos representando a Fundação Casa. Ele levou uma medalha de prata na modalidade Kata (apresentação de formas e não lutas) nas faixas branca e amarela individual e carimbou o passaporte para o Campeonato Brasileiro, que será disputado em Recife.

O professor Michelim, que orienta os alunos no projeto de caratê, confessa que ficou surpreso com os resultados: “Fiz um trabalho intenso com esses meninos, mas não esperava saldo tão bom como este”.

Segundo o diretor regional da Fundação Casa em Ribeirão Preto, Roberto Damásio, isso confirma o “brilhante trabalho” que o professor de caratê desenvolve com os adolescentes. “Por meio do projeto de caratê eles conseguem perceber seus talentos e habilidades na área esportiva”.

Formando caráter

Michelim começou a oferecer as aulas de arte marcial para 32 dos 230 internos das unidades de Ribeirão Preto e Rio Pardo, em fevereiro. O critério de seleção é o bom comportamento.

O treino ocorre às segundas, quartas e sextas-feiras, com uma hora e meia de duração. O projeto da Fundação Casa em Ribeirão Preto é pioneiro no Brasil. A idéia dos organizadores é que, a partir de 2008, a iniciativa seja desenvolvida em outras unidades da região, primeiro em Sertãozinho e Taquaritinga.

“Oferecemos aos garotos as mesmas técnicas de caratê disponíveis numa academia, com a diferença de que aqui tem o dobro de rigor de disciplina”, reconhece o professor Michelim. Com a ajuda da equipe de apoio (antigos monitores), pedagogos, técnicos (psicólogos e assistentes sociais) e direção das unidades, é possível medir o desempenho dos adolescentes nas atividades da instituição. “Quem não faz as lições escolares, por exemplo, é cortado”, avisa.

Diz que a arte marcial “lapida” o aprendiz selecionado do começo ao fim de sua permanência na Fundação: “A formação do caráter do infrator é o principal objetivo do projeto”. Entre os resultados do trabalho, o mestre cita a melhor concentração deles nas atividades.

Desempenho

“Nos campeonatos, quando os internos vêem jovens da idade deles longe do crime e das drogas, enxergam um mundo saudável. E isso incentiva a socialização e reeducação”, diz o professor Michelim. Para participar do Campeonato Brasileiro de Caratê, ele encara um grande desafio pela frente: conseguir recursos (quase R$ 7 mil) para o transporte, estadia e alimentação dos internos em Recife.

Mesmo com esse obstáculo à frente, o educador sonha com o Campeonato Pan-americano: “Eles têm grande chance de seleção”.

Em 11 campeonatos disputados desde fevereiro, os alunos do professor Michelin ganharam 44 medalhas: sete de ouro, 11 de prata e 26 de bronze. 

SERVIÇO

Instituições, empresas e pessoas físicas e jurídicas interessadas em colaborar devem contatar o professor Michelim nos telefones (16) 3919-7004, 3919-1010 e 3919-4949

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)