O governador José Serra voltou a falar sobre o apagão aéreo hoje, 2, em coletiva de imprensa. Ele disse não estar apenas inquieto enquanto brasileiro, mas como governador de São Paulo, que detém a maior movimentação aérea do país. Para ele, os problemas ultrapassam a barreira das questões econômicas. “É um sofrimento para as pessoas, pegar avião passou a ser motivo de pavor”.
O calendário conta seis meses do acidente envolvendo o vôo 1907 da Gol e o jatinho Legacy, que tirou a vida de 154 pessoas. “Eu acho que teria dado tempo de montar um esquema alternativo para que o controle não ficasse apenas na mão de um grupo organizado. Essa medida de prudência, pelo visto, não foi tomada”, disse.
O governador está preocupado com a crise. “O que garante a melhora da qualidade do serviço no futuro? O que garante que não teremos novas chantagens? O que garante que o Brasil terá uma qualidade de controle do tráfego aéreo compatível com as normas internacionais?”, indagou.
Serra também desaprovou a forma como terminou o motim dos controladores de vôo, que paralisou aeroportos por todo o país na última sexta-feira. “Ele foi encerrado com promessas de aumentos salariais, de reestruturação de carreira e de desligamento da Aeronáutica. Me parece uma solução traumática”.
Manoel Schlindwein
