Jogos Regionais dos Idosos devolvem a auto-estima às pessoas da 3ª idade

Para participar das dez modalidades oferecidas é necessário ter 60 anos ou mais e procurar a prefeitura ou o fundo municipal de sua cidade

qui, 31/05/2007 - 9h57 | Do Portal do Governo

Atletismo, bocha, buraco, coreografia, dama, dança de salão, dominó, malha, natação, truco e vôlei adaptado são as modalidades dos Jogos Regionais dos Idosos (Jori). Até novembro, a 11ª edição do Jori percorrerá Dracena, Pindamonhangaba, Ribeirão Preto, Catanduva, São Paulo, Sorocaba, Itatiba e Praia Grande. Esses locais reúnem diversas cidades das regiões administrativas e representam todo o Estado.

A iniciativa do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo funciona em parceria com a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer e apoio do município anfitrião.

A secretaria oferece R$ 100 mil por cidade para despesas com alimentação dos participantes e honorários dos árbitros. O Fundo se encarrega de fechar convênio com as prefeituras e Fundos de solidariedade municipais. Os municípios oferecem escolas públicas e ginásio para hospedar os atletas.

Além disso, existe a colaboração do Banco Nossa Caixa, que decora os locais dos jogos e da seguradora Nossa Caixa Mapfre, que distribui brindes aos participantes.

“Os idosos se preparam o ano inteiro para o Jori, que proporciona exercícios físicos, estimula a convivência e melhora a saúde”, observa a coordenadora da iniciativa Sandra Himmelstein. Para participar, é necessário ter 60 anos ou mais e procurar a prefeitura ou o fundo municipal de sua cidade.

Mais de 30 prêmios – “Nos três ou quatro dias em que o Jori permanece em cada município, os atletas têm atividades intensas durante o dia e deixam o sedentarismo de lado. À noite, são integrados em bailes com pessoas das cidades da região. Eles estreitam a amizade, que pode virar até namoro”, relata a coordenadora.

Para exemplificar a elevação da auto-estima entre os participantes, Sandra relata a história de uma atleta de Pindamonhangaba, cidade que sediou os jogos no final de maio. Ela acendeu a pira olímpica e foi homenageada por sua atuação nos jogos. “Há dois anos essa senhora estava com depressão e pesava 120 quilos. Agora tem 80 quilos e está muito bem de saúde”, frisa.

Prova de que o Jori faz muito bem às pessoas da terceira idade é o número de atletas que aumenta a cada ano. Em 2005, participaram 9,8 mil esportistas. No ano seguinte, quase 11 mil, aumento de cerca de 10%. Este ano, a previsão é de cerca de 11,5 mil inscritos.

A coordenadora conta uma novidade para 2007. Em todas as cidades que sediam o Jori são realizados sorteios de eletrodomésticos. Ao todo, os organizadores oferecem 34 prêmios no valor de R$ 4 mil. Tem televisão, microondas, batedeira, balança, liquidificador, rádio-relógio, sanduicheira e outras utilidades domésticas.

Terapia – Neste ano, o Jori começou em Dracena, de 8 a 11 de maio, e integrou idosos de 97 municípios das regiões de Adamantina e Araçatuba. Em cada etapa regional, os árbitros selecionam os três primeiros colocados de cada uma das dez modalidades esportivas. Em novembro, na etapa estadual (Jei – Jogo Estadual do Idoso), os técnicos avaliam e premiam os três melhores classificados, em cada atividade, dentre todas as regiões.

O dracenense Felisberto Primo Manani, 66 anos, é casado e policial militar aposentado desde 1991. Há sete anos é freqüentador assíduo do Jori, onde joga vôlei adaptado. Manani faz questão de lembrar que só em 2000 sua equipe não se classificou para o Jei.

Em 2004 teve um problema de coluna e não pôde integrar o campeonato. “Quando eu estava parado me sentia imprestável. Agora não, conheço pessoas de muitas cidades, faço amizades e me sinto mais jovem. Em época de jogo é uma alegria”, avalia Manani.

No decorrer do ano, treina duas ou três vezes por semana e está sempre presente em jogos amistosos. Na época do Jori, o preparo é ainda mais intenso, pois os grupos disputam com equipes de outras regiões.

Vôlei e atletismo são as predileções de Irene Suci Conde, 69, casada e mãe de duas filhas. Ela também é de Dracena e se inscreve no Jori há dez anos. Irene conta que sua participação nos jogos foi o melhor remédio para curar a depressão.

“Estava muito triste, chorava bastante, tinha problemas de coluna e fiquei com medo de piorar. No Jori faço amizade, danço no baile e me esqueço da vida”, comenta. Ela disse que foi uma terapia para a doença. “Minha filha falava para eu viajar com o pessoal do Jori e deixar o problema em casa e assim eu fiz”, recorda.  “O médico disse que a atividade para a terceira idade diminui metade das consultas”, avisa Irene.

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial

(J.H.)