Ital é líder em tecnologias para processar alimentos no País

O instituto já completou 44 anos de atividade

ter, 02/10/2007 - 11h07 | Do Portal do Governo

Até o fim da década de 1960, o Brasil não tinha knowhow para produção em larga escala do suco de laranja concentrado e congelado, limitando-se a exportar matéria-prima sem valor agregado. O País também não detinha tecnologia para a obtenção do leite de soja. O desenvolvimento desses e de outros produtos só foi possível com a ação do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), órgão ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Com 44 anos de atividades, o Ital é pioneiro no País em tecnologias de processamento, pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos alimentícios. Além do suco e leite mencionados, desenvolveu, nas últimas décadas, grande parte dos produtos longa-vida existentes no mercado e embalagens em papelão ondulado para frutas e hortaliças. Suas pesquisas atuais compreendem, entre outros, o processamento do requeijão cremoso light (sem gordura e com fibra alimentar), produtos à base de macadâmia (alguns com coberturas, denominados drageados) e a pré-secagem osmótica de frutas (uma das técnicas utilizadas para desidratação).

Instalado em Campinas, O Ital é uma das poucas instituições do País, atualmente, voltadas para a pesquisa em tecnologia de alimentos. A lista de serviços que presta é extensa, abrangendo três segmentos básicos. Um deles compreende pesquisa, desenvolvimento e inovação. Os outros dois referem-se a atividades laboratoriais e capacitação tecnológica – sendo este o segmento que mais tem crescido. Neste ano, por exemplo, o instituto deve promover 50 eventos, sobre os mais variados assuntos, capacitando mais de 2,5 mil pessoas.  

Novos negócios – Seus serviços não abarcam apenas o desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos. O Ital também avalia e controla a qualidade da matéria-prima e do produto acabado, realiza estudos de vida de prateleira, emite laudos e pareceres técnicos, promove perícias em processos de fabricação, comercialização e situação de litígio, produz publicações e serviços de informação tecnológica, entre outras atividades.

Atualmente, a instituição está empenhada em mapear a demanda paulista em termos de tecnologia de alimentos. Para essa tarefa, trabalha em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e outras instituições. “Mais do que o mapeamento, a intenção é encontrar oportunidades de novos negócios nas diversas regiões paulistas”, observa o diretor-geral do Ital, Luis Madi.

O foco atual do instituto, segundo Madi, é o auxílio tecnológico às micro e pequenas empresas, onde há maior demanda. Nesse segmento, a assistência é feita de forma mais completa, compreendendo desde a criação de um produto até o estudo do seu desempenho no mercado. Em relação às médias e grandes empresas, a atuação do instituto é mais pontual. Busca atender determinada necessidade – ou seja, corrigir algo errado, ou adequar um produto ao mercado, por exemplo.

Clientes satisfeitos – Há cerca de 10 anos são realizadas pesquisas com esses clientes. Desde 2002, a média de satisfação está em torno de 90%. Esse resultado, em 2006, foi obtido a partir de 600 formulários respondidos, de um total de 2,5 mil, correspondentes ao número de clientes do instituto.

Foi graças ao Ital que a empresa Cacau Show, por exemplo, conseguiu elevar suas vendas e crescer. A fábrica recebia muitos produtos de volta, em razão do curto prazo de validade. A reformulação das receitas com o auxílio do instituto permitiu prolongar o vencimento, o que propiciou a venda a locais mais distantes, redução de custos com as devoluções e, com isso, aumento da lucratividade, revela Alexandre da Costa, diretor da empresa.

Já a Tetra Pak, fabricante de embalagens para alimentos, envase e equipamentos para processamento, preocupa-se com inovação. Isso a levou a fechar parceria com o Ital, que já resultou no desenvolvimento de uma planta-piloto e de novos produtos e processos, observa diretora de marketing da empresa, Heloísa Rios.