IPT investe em nanotecnologia e capacitação laboratorial

Instituto trabalha com recursos de ponta e tem o mais moderno centro naval da América Latina

qua, 17/02/2010 - 14h02 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento, possui 12 centros técnicos, 30 laboratórios e 1,6 mil funcionários. E para que tudo isso colabore com o desenvolvimento tecnológico do Estado, o Instituto que completou 110 anos de atividades em 2009 está sempre investindo em tecnologia de ponta como atualização de equipamentos e nanotecnologia, por exemplo.

Além da inauguração do Centro de Engenharia Naval e Oceânica, no ano passado – o mais moderno da América Latina para pesquisas aos setores de transporte marítimo e de construção de plataformas de petróleo – que já é prova da excelência do trabalho desenvolvido pelo Instituto, estão sendo investidos R$ 150 milhões na modernização do IPT, que tem como objetivos a capacitação e contratação de profissionais, a aquisição de novos softwares para gestão e o crescimento da rede laboratorial.

Nanotecnologia

A substituição de comprimidos por patches (adesivos) no tratamento de algumas doenças já é uma realidade, mas ainda existem grandes desafios a serem vencidos no mecanismo de liberação controlada dos ativos farmacológicos por esta forma de administração. Para chegar à solução do problema, pesquisadores do IPT estão trabalhando em um projeto de preparação de nanofibras para aplicação e liberação controlada de ativos por essa nova via de uso dos medicamentos – e o novo Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) está desempenhando um papel fundamental na caracterização da espessura e morfologia dos materiais armazenados no instituto.

O recém-adquirido microscópio é um dos primeiros alicerces do IPT na capacitação para pesquisas e ensaios em escala nanométrica. Com possibilidade de uso em vários laboratórios, o novo equipamento trabalha com dois tipos de feixes: o feixe principal de elétrons (FEG) é capaz de produzir imagens de alta resolução com uma ampliação de até 300 mil vezes (como comparação, os modelos convencionais não ultrapassam 15 mil vezes de aumento), enquanto o feixe de íons de gálio executa a usinagem de amostras – é agora possível realizar um corte ortogonal de superfícies, para uma observação em 3D. O custo total do microscópio (incluindo os acessórios) foi de € 1,046 milhão, o equivalente a R$ 2,6 milhões, em um investimento integral do Governo do Estado. Leia mais aqui.

Capacitação laboratorial

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas também está investindo R$ 1,4 milhão para ampliar a capacitação de seus laboratórios que realizam testes de implantes ortopédicos. A partir de dezembro de 2010, quando o projeto estiver concluído, o Instituto poderá contribuir para que os materiais de fabricação nacional e importados tenham mais confiabilidade, atendendo ao padrão de pelo menos 15 normas e métodos de ensaios da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/ISO).

No escopo de materiais e soluções que serão trabalhados pelo IPT estão as próteses internas metálicas de inox e titânio. São implantes de quadril, joelho e coluna, entre outros, que compõem próteses totais ou parciais instaladas por meio de cirurgia. Graças a isso, pessoas que dependem de implantes poderão ganhar mais qualidade de vida a partir desse trabalho. Outro benefício é que as próteses ficarão mais acessíveis ao bolso do consumidor. Atualmente, o mercado de saúde privada dá preferência aos implantes importados, que são expressivamente mais caros.

Os recursos investidos destinam-se à readequação de infraestrutura laboratorial e envolvem a compra de novos equipamentos. Já foram adquiridos um espectrofotômetro de absorção atômica, para a análise química de materiais; um analisador de oxigênio e nitrogênio; e uma máquina de ensaios mecânicos estáticos e dinâmicos. Leia mais aqui.

Exportação

O Laboratório de Análises Químicas do Centro de Metrologia em Química (CMQ), do IPT, já examinou mais de três mil amostras de componentes de eletroeletrônicos e eletrodomésticos desde que começou, há três anos, a verificar os níveis de substâncias restritivas nos produtos exportados para a comunidade europeia. As restrições da norma abrangem o controle de chumbo, cádmio, cromo hexavalente, mercúrio, bifenilas polibromadas (PBB) e éteres difenílicos polibromados (PBDE).

Nas análises dos materiais, o laboratório do IPT utiliza equipamentos modernos, com alta tecnologia, empregando na etapa inicial, uma técnica denominada de espectrometria de fluorescência de raios-X para análise química qualitativa. Essa é uma técnica não-destrutiva, utilizada para verificar a presença de mercúrio, cádmio, chumbo, cromo total e bromo total em diversos tipos de amostras. O equipamento usado pelo IPT é o mesmo que é empregado nas alfândegas europeias para o controle de produtos.

Esse trabalho é feito para que os exportadores possam atender às exigências da diretiva RoHS (Restrictions of the use of Certain Hazardous Substances – Restrições ao uso de Certas Substâncias Prejudiciais), que entrou em vigor em 1º de julho de 2006 e é aplicado em todos os países da Europa. O laboratório do IPT foi o primeiro a analisar todas as substâncias restritivas dessa barreira comercial. Leia mais aqui.

Do Portal do Governo do Estado com informações do IPT