IPT incentiva plantio de árvores para compensar emissões de gás carbônico

Projeto indica quais espécies são ideais para o terreno a ser reflorestado

qua, 11/07/2007 - 11h05 | Do Portal do Governo

Uma equipe de especialistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveu um projeto que estabelece cálculos para quantificar e compensar emissões de carbono na atmosfera por meio do plantio de árvores. Segundo o engenheiro florestal Márcio Nahuz, a idéia é proporcionar a empresas e organismos diversos o dimensionamento das emissões de carbono em suas atividades e a conseqüente compensação, determinando áreas e espécies de plantios.

A iniciativa, que já tem mais de seis meses, conta com a participação de um grupo  multidisciplinar composto por dez especialistas de diferentes áreas do conhecimento. “Já temos várias propostas de empresas e agências governamentais, entre outras, em análise”, garante o engenheiro, pesquisador sênior da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais do Centro de Tecnologias Florestais do IPT e também professor convidado da Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz (Esalq).

Segundo Nahuz, a característica multidisciplinar do grupo permitiu o desenvolvimento de uma metodologia própria para o dimensionamento do problema e o estabelecimento de recomendações. “Em qualquer organismo ou empreendimento, temos condição de calcular o quanto suas atividades irão resultar em emissão de gás carbônico (CO2). O resultado desta estimativa é então transformado em quantidade de árvores a serem plantadas para compensar a emissão”, explica.

 

Selo de garantia – Para Nahuz, o projeto servirá como um importante certificador que comprova que a empresa ou o organismo fornece uma contrapartida à causa ambiental. “No caso de uma usina siderúrgica, para se estimar em quais setores é emitido o CO2, a equipe multidisciplinar realizaria um extenso levantamento de todas as etapas produtivas e da matéria prima e maquinário envolvidos”, descreve.

Esta avaliação deve resultar, em princípio, num resultado igual, ou seja, o montante dos materiais e gastos envolvidos em todo o sistema produtivo deve ser igual à somatória do produto final. “O restante, o que fica no meio do caminho, como as escórias e os poluentes resultantes da queima de combustíveis são contabilizados como emissões de CO2”, explica Nahuz. A partir desses cálculos, a equipe recomenda o plantio de árvores, levando em conta a região e área de plantio, indicando até mesmo as espécies ideais.

O engenheiro ressalta que a recomendação do plantio nada mais é do que um aconselhamento. “Mas por tratar-se de uma iniciativa com apelo ecológico, acreditamos que as recomendações serão seguidas”, diz. Os pesquisadores do IPT já tiveram um resultado positivo da implementação do projeto numa área localizada no Vale do Paraíba,

em São Paulo

, onde uma ONG assumiu a recuperação de uma área degradada.

Nahuz garante que a medida funciona. “Pela fotossíntese, o carbono é seqüestrado da atmosfera e depositado nas células da planta, resultando no seu crescimento. Quanto mais rápido for o crescimento da árvore, mais carbono será retirado da atmosfera e fixado”, explica.

Antônio Carlos Quinto

Da USP Online