IPT inaugura novo laboratório de corrosão e proteção

Unidade é apontada como uma das mais avançadas do hemisfério sul

seg, 13/07/2009 - 21h00 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, inaugurou na semana passada, 8 de julho, o seu novo Laboratório de Corrosão e Proteção (LCP). Com investimentos de R$ 11,8 milhões da Petrobras, a infraestrutura do laboratório passou por um processo de completa modernização, “que o coloca como o mais avançado do hemisfério sul”, disse Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras.

Até 2011, os investimentos no laboratório totalizarão R$ 15,4 milhões. O projeto foi viabilizado pela Rede Temática de Materiais e Controle de Corrosão, uma das 30 redes que a Petrobras está desenvolvendo para fortalecer sua atuação em áreas de conhecimento consideradas desafios tecnológicos para os próximos anos. Essas redes envolvem cerca de 100 instituições de pesquisa no país e atualmente respondem por um investimento anual de R$ 400 milhões, o que coloca a Petrobras entre as cinco empresas no mundo que mais investem em pesquisa e desenvolvimento. O IPT participa de seis delas “e poderá participar de mais no futuro, tão logo se materializem os frutos dos trabalhos já programados”, afirmou Fraga.

O gerente-executivo do Cenpes ressaltou que o projeto de redes temáticas foi possível graças ao marco regulatório estabelecido a partir da abertura de mercado e da criação da ANP (Agência Nacional de Petróleo), que prevê o investimento de 1% da receita bruta dos campos de petróleo de maior produtividade em projetos de pesquisa.

O secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que a parceria entre o IPT e a Petrobras para viabilizar o novo laboratório reflete o compromisso do Estado com questões nacionais. “O aprofundamento dos estudos de corrosão é importante porque, entre outras questões, os combustíveis em geral têm ação corrosiva, e São Paulo é o maior produtor de bioenergia de etanol do mundo. Além disso, o Estado passará a ganhar destaque com o pré-sal, na Bacia de Santos”, ressaltou.

O secretário comparou os estudos de corrosão à medicina e afirmou que a corrosão sob tensão, um dos problemas focados pelo novo laboratório do IPT, ocorre também no corpo humano com o estresse “quando tudo fica apertado”. Ele também disse que os problemas de coração, derrame, aneurisma cerebral e diabetes estão relacionados à qualidade do sangue e de veias e artérias.

Já o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, afirmou que o investimento no novo laboratório se insere no atual projeto de modernização do Instituto, que está recebendo R$ 150 milhões de investimentos no triênio 2008-2010. A maior parte desses recursos provém do governo estadual. Segundo ele, “na sociedade do conhecimento, que está se constituindo nesse começo de século, a velocidade dos avanços tecnológicos torna-se a marca fundamental”. Oliveira destacou que microscopia eletrônica e engenharia naval, ao lado da corrosão, são áreas estratégicas para o desenvolvimento tecnológico.

Estudos sobre corrosão

O estudo da corrosão é importante para evitar o colapso de materiais metálicos utilizados na construção de viadutos, pontes, postes, dutos, tanques, enfim, todo e qualquer empreendimento que adote o aço como material construtivo. O conhecimento sobre o assunto fornece subsídios para a correta especificação de materiais, sejam eles considerados grandes elementos, como chapas de tanques de armazenagem, ou mesmo parafusos e outros conectores.

O trabalho do IPT na pesquisa de corrosão tem contribuído para o desenvolvimento de normas internacionais, como é o caso do tema de corrosividade de dutos destinados a derivados de petróleo. O IPT também fornece subsídios para normas sobre fadiga de tintas.

Do Instituto de Pesquisas Tecnológicas