Ipem: Informatização nos laboratórios melhora serviços e o número de testes

Agentes do instituto passam a fiscalizar o comércio munidos de notebook, impressora e balança

sex, 05/01/2007 - 11h10 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem) instalou sistema de informática em seu laboratório de produtos pré-medidos, na capital. Agora, os técnicos não precisam mais fazer contas nas calculadoras e nem preencher relatórios a mão. Pelo programa, os dados do produto analisado são fornecidos na tela do micro e, se houver problemas (de peso, volume, quantidade ou dimensões), o auto de infração, para o fabricante, sai na hora, na impressora.

A informatização já está funcionando também nos laboratórios do Ipem no interior, em Bauru, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José dos Campos. O chefe de fiscalização de produtos pré-medidos do instituto, Paulo Roberto Lopes, informa que o objetivo é dobrar o número de testes. “A nossa média, que era de 48 análises por dia nos laboratórios, vai chegar a mais de 100”, assegura Lopes.  

Nova tecnologia

O programa utilizado foi desenvolvido pelo Inmetro, do Rio Grande do Sul, e instalado aos poucos desde o ano passado, no Ipem. A plataforma necessária para o sistema operar é formada por microcomputador, balança e impressora. O Ipem só precisou comprar os micros, pois já dispunham do restante.

Lopes ressalta que após o processo de informatização das demais unidades do interior, o Ipem vai estender a tecnologia ao serviço de fiscalização externa. Os agentes farão as visitas ao comércio equipados com notebook, impressora e balança. “Boa parte dos testes será realizada em campo”, diz Lopes.

O laboratório de pré-medidos faz teste em produtos para verificar se estão em conformidade com as especificações legais. Os técnicos verificam volume (por exemplo, óleo de cozinha, bebidas e leite), peso (macarrão e farinha, por exemplo), quantidade (caixa de fósforo) e dimensões (toalha, papel higiênico).

Em São Paulo, o Ipem dispõe de dois técnicos internos (que trabalham no laboratório) e quatro externos, que recolhem os produtos no comércio. No interior, geralmente são quatro por unidade, metade nos testes e outra no campo.

Há produtos que os agentes externos verificam no momento, no próprio ponto-de-venda, e outros que precisam ser enviados ao laboratório. Nestes últimos, não há como o técnico pesar ou verificar volume por causa do peso da embalagem, que será determinado apenas nos testes laboratoriais.

Em medidas volumétricas, detergente, por exemplo, os técnicos estabelecem a grandeza física a partir da densidade (peso/volume). É a norma utilizada no Brasil, por determinar o volume com maior exatidão do que outras técnicas, como o uso da proveta. 

No laboratório de pré-medidos do Ipem na capital trabalham as técnicas Vilma Leila Raimundi e Priscila Nóbrega da Cunha. Elas afirmam que agora, com a informatização, realizam o teste volumétrico de um xampu ou de uma lata de cerveja, por exemplo, em meia hora. Antes, levavam o triplo do tempo, em meio a cálculos e formulários. 

Fabricante convidado

Em caso de suspeita ou da impossibilidade de pesar por causa da embalagem, o agente externo leva ao laboratório amostras de um determinado lote de fabricação. O Ipem convida um representante da indústria em questão para acompanhar os testes, que será feito em dia programado, com ou sem a presença do fabricante. Se o produto estiver conforme, o representante leva o laudo positivo para a empresa. Em caso de irregularidade, o fabricante recebe o auto de infração e terá 15 dias para recorrer à Justiça.

A multa para a infração varia de R$ 50 a R$ 50 mil, dependendo de eventuais prejuízos ao consumidor, porte da indústria, reincidência e outros fatores avaliados pela Justiça. Entre setembro e outubro, por exemplo, os produtos que mais apresentaram problemas em peso foram os chocolates e o alho embalado, quase dez infrações cada, no período.

O coordenador de merchandising da Bombril S/A, Sérgio Henrique Ventura, compareceu ao Ipem para acompanhar o teste de um saponáceo líquido fabricado pela empresa. Na ocasião, ele elogiou o sistema informatizado. “Foi tudo tão rápido, em 35 minutos a impressora emitiu o laudo. No nosso caso, o resultado foi positivo. Nosso produto está dentro das especificações”, ressaltou o representante.

SERVIÇO

Laboratório de Pré-medidos do Ipem

Rua Muriaé, 154 – Alto do Ipiranga, São Paulo

www.ipem.sp.gov.br

Otávio Nunes – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)