Investimentos da CPTM ajudam a reduzir impactos ambientais

Melhoria do transporte sobre trilhos minimiza efeitos da poluição atmosférica, segundo especialistas

seg, 04/06/2007 - 9h52 | Do Portal do Governo

 

A melhoria do transporte sobre trilhos de alta capacidade e não-poluente é apontada por especialistas como uma das soluções para minimizar os efeitos da poluição atmosférica. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) contribuirá, nesse aspecto, com investimentos de R$ 5,9 bilhões, nos próximos quatro anos.

O objetivo é modernizar seus 253 km de linhas a fim de atrair a população para o transporte ferroviário, que não polui, economiza energia, reduz custos, acidentes e ainda torna os deslocamentos mais rápidos. A demanda atual, de 1,6 milhão de usuários por dia, deverá dobrar até 2010, mas com significativa melhoria da qualidade dos serviços.

Os recursos serão aplicados na extensão de linhas, construção e reforma de estações, dinamização de infra-estrutura, bem como no aumento e recuperação da frota. Neste ano, entre as prioridades estão as obras de modernização da Linha F (Brás–Calmon Viana), à extensão da Linha C (Osasco–Jurubatuba), aquisição de novos trens e modernização das unidades em operação.

Escassez de energia

Entre os maiores vilões da atmosfera estão os motores de combustão interna (carros e motos particulares), responsáveis pela grande maioria da energia utilizada nos transportes na Região Metropolitana de São Paulo. Esse conjunto chega a 165% de toda a energia elétrica consumida para todas as demais atividades da população (fins domésticos, industriais, comerciais, etc).

Essa demanda de transportes é quase toda resultante da queima de combustíveis, num processo de baixíssimo rendimento térmico. As conseqüências são catastróficas: a energia perdida sob a forma de calor praticamente equivale a toda aquela energia elétrica consumida pela coletividade. Além dos dramáticos efeitos da poluição ambiental por gases, há ainda a produção inútil e indesejável de fabulosa quantidade de calor. Esse combustível de origem fóssil consumido em demasia fará falta no futuro.

Esse fenômeno está presente em toda a atividade de transportes. No Estado de São Paulo, 93% das cargas são transportadas por caminhões. Para se ter uma idéia, a quantidade de combustível para o transporte de 6.000 toneladas de cargas (uma frota de 200 caminhões, de 30t), comparado com um comboio fluvial de igual capacidade, é quase seis vezes maior: 43,4 litros por km contra 7,4 litros por km.

Em relação aos transportes de passageiros na Região Metropolitana de SP, os dados também são alarmantes. Estimativas realizadas há três anos concluíram que uma viagem média efetuada por metrô demandava 0,5 kw.hora de energia (elétrica, sem poluição); mas as viagens feitas por automóvel gastavam, em média, 13 kw.h, ou seja, 26 vezes mais. No caso da CPTM, devido ao maior percurso médio percorrido, esse número era de 0,9 kw.h.

Na Grande São Paulo, a situação se agrava, pois cerca de 53% dos deslocamentos motorizados diariamente se realizam por automóveis. Os enormes congestionamentos provocam a perda de bilhões de reais todos os anos. Um artigo publicado em 1999, Revista da Associação Nacional dos Transportes Públicos, pelo engenheiro e especialista em transportes, Adriano Murgel Branco, apontava para perdas próximas a R$ 22 bilhões de reais, devido aos problemas de transporte e trânsito.

O estudo considerou apenas cinco fatores: o consumo excessivo de combustíveis, a poluição ambiental, a elevação do custo do transporte coletivo, a perda de tempo e de produtividade, deixando de fora variáveis como acidentes, que vitimam milhares de pessoas por ano. Os benefícios sociais resultantes dos investimentos no sistema metroferroviário poderiam ultrapassar os R$ 10 bilhões anuais, segundo Branco.

Da CPTM

(I.P.)