Investimento em pesquisa mantém São Paulo na linha de frente na produção de laranja

A estimativa da Secretaria da Agricultura é que a safra deste ano alcance 360,1 milhões de caixas de 40,8kg

sex, 25/05/2007 - 12h32 | Do Portal do Governo

O investimento em pesquisas feitas pelo governo de São Paulo no campo do desenvolvimento da tecnologia da citricultura manterá o Estado no topo da produção nacional de laranja em 2007. A estimativa da Secretaria da Agricultura é que a safra deste ano alcance 360,1 milhões de caixas de 40,8kg, volume 3,4% superior a ao ano passado.

As condições climáticas adequadas para o desenvolvimento e frutificação dos pomares, atrelada a pesquisas com transgenia, coordenadas pelo governo estadual em um centro de pesquisa com vários laboratórios, no Noroeste do Estado, serão essenciais para as exportações paulistas permanecerem na linha de frente da produção brasileira. Transgenia uma técnica utilizada para desenvolver organismos mais resistentes a pragas a partir da inserção de um gene de uma espécie vegetal em outra espécie vegetal.

A supremacia da citricultura nacional – liderada por São Paulo – em relação aos outros países principalmente, os Estados Unidos, nosso maior concorrente, deve-se a uma interferência direta do Estado nas áreas de pesquisa, defesa agropecuária (combate às doenças) e assistência técnica.

Foram concluídas 320 mil seqüências de genes, sendo 120 mil de laranja, 80 mil de tangerina e o restante de outras espécies de citros, explica Marcos Machado, o diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cytrus Sylvio Moreira.

Para se ter uma idéia do que representa para a citricultura brasileira, o encerramento do mapeamento genético funcional e comparativo dos citros, não chega a 50 mil o total de seqüências existentes em bancos de dados públicos. “Agora temos o maior banco de informações sobre citros do mundo”, reforça Machado.

Ele explica que o foco da pesquisa com genoma é o melhoramento genético de plantas. O objetivo é mapear as doenças que prejudicam a citricultura e tornar as plantas mais resistentes a pragas. Com base no seqüenciamento e por meio do melhoramento genético de citros, será possível transferir características de resistência da tangerina para a laranja, por exemplo, com a transferência por cruzamento tradicional ou por transgenia.

Na avaliação do pesquisador, a conclusão do genoma abre uma fronteira com relação ao conhecimento de citros, já que as variedades apresentam padrões diversificados. Ele espera que em dois anos, novas variedades estarão disponíveis para ir a campo. Esse aspecto prático do trabalho atende ao caráter de integração do genoma com o melhoramento genético. “Nenhum programa de melhoramento tem todo esse aparato genético”, comemora Machado.

Pelos números divulgados pela Secretaria da Agricultura é possível constatar que houve aumento na área plantada: 659,64 mil hectares em 2006 para 668,6 mil hectares, justificado principalmente por novos plantios nas regiões de Avaré, Bauru, Botucatu, Itapetininga, que alcançam as regiões tradicionais no cultivo, como é o caso de Araraquara, Limeira e Bebedouro.

Os principais destaques nas exportações do agronegócio paulista em 2006 foram: cana e sacarídeas (US$ 5,65 bilhões), bovídeos (US$ 2,75 bilhões); frutas (US$ 1,57 bilhão, sendo 1,4 bi de suco de laranja), produtos florestais (US$ 1,55 bilhão) e bens de capital e insumos (US$ 0,80 bilhão), que juntos perfazem 83,6% das exportações setoriais.

Cleber Mata