Acostumados aos festivais de samba e hip hop de anos atrás, neste ano os adolescentes da Fundação CASA terão um Festival de Música mais abrangente, focado em variados gêneros musicais, como MPB, sertanejo, reggae, samba, rap, funk, rock, clássica, coral e outros. Mais uma novidade deste ano ficou por conta da participação de funcionários nos grupos formados nas unidades. Eles podem completar os conjuntos, mas não atuar como os intérpretes principais, já que o foco é o interno da Fundação.
Jovens de 56 das 132 unidades, formaram grupos, criaram letras e gravaram suas músicas em CD. Uma comissão formada por servidores da Superintendência Pedagógica da instituição escolheu 54 músicas entre as 90 inscritas. Os grupos selecionados passaram para as etapas semifinais que começaram em abril e terminam no dia 3 de maio, nas cidades de Botucatu, Marília, Atibaia e São Paulo. A final está prevista para o dia 18 de maio, na Secretaria de Educação do Governo de São Paulo, Praça da República.
Rima, letra e música
João e Mário, ambos com 18 anos, da CASA Nogueira, situada na rodovia Raposo Tavares, estão ansiosos e com esperança de se classificar para a final. “Foi com a intenção de ganhar que fizemos o nosso rap e nos preparamos bastante,” diz Mário. Eles contam que foram incentivados pelo professor de rimas, Jonaedson Bandeira, durante a participação no grupo de oficina de rima, que faz parceria com a ONG Cenpec – Centro de Estudos em Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. João diz que o professor sugeriu vários temas para composição de letra de música. O grupo de oito integrantes preferiu produzir uma música sobre a viagem de um mochileiro, também sugerida pelo professor. “Aí colocamos letra e música, além de outras idéias. O resultado foi muito bom”.
Para Mário, fã de pagode, valeu a experiência como futuro compositor. “É a primeira vez que participo de um festival, mas com certeza não vou parar por aqui, porque a música mexe muito comigo”.
Jurados com conhecimento musical, entre eles músicos do Projeto Guri, farão parte da comissão julgadora que elegerá no máximo 15 músicas para a final do dia 18 de maio. A premiação inclui troféus e camisetas. Além dos cinco primeiros colocados, haverá prêmios para melhor desempenho, melhor composição e melhor torcida.
Este é o primeiro ano em que todos os ritmos musicais serão aceitos. Nos anos anteriores, o festival tinha como alvo apenas um estilo musical, que variava a cada ano. O Projeto Guri, apoiador do festival, incentiva a inserção dos internos no mundo musical por meio de oficinas com o propósito de ensinar os jovens a tocar instrumentos musicais e ter noções de partituras.
O festival é uma iniciativa da Fundação CASA, organizado pela Gerência de Arte e Cultura da Superintendência Pedagógica, responsável pela organização de atividades que permitem a participação de jovens de todas as unidades, sempre por meio de parcerias e convênios. São atividades formativas, educativas e lúdicas. A gerência promove visitas a museus, apresentações preparadas pelos próprios jovens, palestras com especialistas, workshop e ensaios para a temporada de artes que acontece durante o ano na Fundação
Da Agência Imprensa Oficial
