Internas da Penitenciária de Sant’Ana fazem curso de manipulação de alimentos

Treinamento aperfeiçoa trabalhos na cozinha da unidade

seg, 17/09/2007 - 10h57 | Do Portal do Governo

A Coordenação de Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal de São Paulo (Covisa) realizou um treinamento de manipulação de alimentos para cerca de 80 presas que trabalham na cozinha da Penitenciária Feminina Sant’Ana (PFS). O curso é o mesmo ministrado no comércio varejista de alimentos em São Paulo e teve duração de dois dias (12 e 13/9), com quatro horas de duração cada módulo.

Noções gerais de doenças transmissíveis por alimentos mal acondicionados, preparados e manuseados inadequadamente; formas de como devem proceder para melhorar as condições da cozinha e alerta de onde estão os perigos para que possam ser evitados foram algumas das abordagens feitas pelas palestrantes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), Viviane Carvalho e Cristina Thiago (engenheira de alimentos e nutricionista, respectivamente). Elas fazem parte de uma equipe multidisciplinar do órgão – que também é formada por médicos e enfermeiros, entre outros – que têm como atribuição fazer vistorias e inspeções sanitárias em instituições públicas, como creches, casas de repouso e penitenciárias, por exemplo.

O treinamento faz parte de um pacote de mudanças que estão sendo implantadas pela diretoria da unidade e tem como objetivo – além de ensinar normas, procedimentos e técnicas de manuseio de alimentos às reeducandas – orientá-las como manter o ambiente de cumprimento de pena livre de restos de alimentos que atraem insetos e, ainda mais grave, ratos. Há dois anos cumprindo na PFS, Adriana Sanches trabalha na cozinha e integra a equipe que prepara o café das demais reeducadas, uma tarefa que a faz acordar às 2h da manhã dia sim, dia não para dar conta da demanda. “O curso é bem educativo e tira muitas das nossas dúvidas”, reconhece.

Um dos pavilhões se destaca dos demais, porque ao invés de uma quadra esportiva há no pátio, pés de alface, abóbora, tomate, cebolinha e até um pequeno jardim, que dá um colorido diferente ao local. “Esta é mais uma maneira de ocuparmos as reeducandas com atividade laborterápica, além de produzir hortaliças para consumo das próprias presas e dos funcionários”, reconhece Fogaça.

Uma reclamação recorrente das reeducandas era quanto a qualidade da água na unidade. Preocupada com isso, a diretoria solicitou à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que procedesse uma análise e a resposta consta em documento expedido pela companhia, datado de 31/7 atestando que os resultados das análises encontram-se de acordo com os padrões estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde e – segundo o Ofício CT MNEC 126/2007 – não apresentam riscos sanitários.

O empenho e comprometimento das reeducandas com a limpeza e higiene pode ser observado logo na porta da cozinha. Ali é proibido entrar sem antes vestir uma touca descartável; as reeducandas que prestam serviço no setor usam uniformes, aventais e botas para “pilotarem” as várias caldeiras que preparam os alimentos, como em uma linha de produção: há equipes distintas responsáveis preparo, cozimento, acondicionamento e distribuição nos pavilhões. “Seguindo orientação dos técnicos, nós adquirimos recentemente caixas plásticas para os alimentos in-natura”, afirma o Diretor Técnico de Departamento, Maurício Guarnieri. “Na próxima etapa serão compradas caixas térmicas que mantém a temperatura por um período maior, antes de serem distribuídos às presas”, garante.

“Com a integração dos funcionários e conscientização das reeducandas tenho certeza que haverá uma considerável melhora nas condições de higiene da unidade e, conseqüentemente, melhor qualidade no atendimento que prestamos”, diz Guarnieri. “Estamos trabalhando para isso”, conclui.

Da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária

(I.P.)