Integração dos parques tecnológicos paulistas é tema em evento do Cietec

Discutiu-se também a importância do esforço em inovação tecnológica

sáb, 07/06/2008 - 12h18 | Do Portal do Governo

Para melhorar o funcionamento do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), o decreto nº 50.504, que o instituiu, será complementado, possivelmente ainda neste mês, por outro decreto. A informação foi dada durante evento em comemoração aos 10 anos do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), ocorrido dia 4 de junho no Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen), na capital.

Uma das novidades: o novo decreto deverá definir claramente o que se espera de um Parque Tecnológico, para que possa ser incluído no sistema. Outra é estabelecer as diretrizes do seu funcionamento e esclarecer a função do Estado – que será a de estimular, incentivar, orientar e colaborar com as iniciativas locais.

O Sistema Paulista de Parques Tecnológicos é um instrumento responsável pela articulação dos parques tecnológicos no Estado de São Paulo. Ou seja: procura incentivar, apoiar, atrair recursos e mobilizar o poder público para auxiliar os parques tecnológicos e as empresas neles instaladas. Esses parques consistem em empreendimentos criados e geridos com o objetivo de promover a pesquisa e a inovação tecnológicas e dar suporte ao desenvolvimento de atividades empresariais.

A meta da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo é, até 2010, estar com 10 parques tecnológicos instalados, afirmou Luciano Tavares de Almeida, secretário-adjunto da pasta, em sua palestra no evento. Hoje, já existem mais de dez iniciativas, conhecidas pela secretaria, de parques em território paulista – na capital, São José dos Campos, Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Sorocaba, Piracicaba, Santos, Praia Grande, Americana, Limeira, Paulínia e São José do Rio Preto. Alguns já estão numa fase de implantação, como São José dos Campos, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos.

Informação para todos – O que diferencia o Sistema Paulista é o incentivo a vários parques e a preocupação de se criar uma sinergia entre eles, observa Vahan Agopyan, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador de Ciência e Tecnologia (C&T) da Secretaria de Desenvolvimento. “Pretende-se uma interação, por meio de sistema informatizado, ou seja, fazer com que todas as informações corram entre os parques, empresas e entidades de pesquisa”, explica.

De acordo com Agopyan, o objetivo da secretaria é conseguir que a empresa de um parque possa perceber que outra de outro parque, tenha condições de ajudá-la. Ou, então, que uma universidade possa ajudar qualquer empresa, independentemente do parque em que estiver instalada. Para isso, está sendo criado, na Secretaria de Desenvolvimento, um núcleo encarregado de desenvolver um sistema capaz de juntar os parques, para que as informações possam fluir entre eles.

As empresas têm benefícios ao se instalarem em um desses parques, explica Almeida. “Existem muitas vantagens como a possibilidade de integração de convênios com pesquisadores, centros de pesquisa e universidades; facilidade de acesso a mão-de-obra qualificada, devido à existência de Faculdades de Tecnologia instaladas nos parques; compartilhamento de infra-estrutura de laboratórios, auditórios, salas de reuniões, estacionamento, entre outras facilidades; integração entre empresas instaladas no parque, voltadas ao mesmo ramo de atividade; acesso facilitado a entidades de fomento voltadas a pesquisa, desenvolvimento e inovação, entre outros benefícios”.

Inovação – O estudo Estratégias de Inovação em Sete Países: Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Finlândia, Irlanda e Japão foi outro ponto discutido no encontro. Glauco Arbix, coordenador geral do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP, órgão executor da pesquisa, disse que se procurou com o trabalho identificar elementos comuns que marcam a atuação dos órgãos de governo e as visões empresariais nesses países.

Uma das constatações do estudo foi que, embora os países sejam muito diferentes entre si (em termos, por exemplo, de grau de desenvolvimento, estrutura econômica e social), todos transitam para um novo modelo de desenvolvimento, em que o conhecimento ocupa lugar central na produção e reprodução das novas relações econômicas e sociais. Outra constatação é que as empresas, nesses países, estão no centro das atenções dos órgãos de governo, sendo alvos preferenciais das políticas.

Diante desse cenário, educação é um fator de destaque. “Os trabalhadores brasileiros precisam ser mais qualificados”, observa Arbix. Outra conclusão da pesquisa é que a inovação não cabe somente à universidade. “As empresas têm que ser mais inovadoras, saber competir mais. Isso significa investir em gente: ter funcionários mais qualificados, com várias habilidades, que falem outras línguas.”

Maior centro incubador da América Latina

Um dos mais importantes centros incubadores do País, o Cietec foi criado por um convênio entre Secretaria de Desenvolvimento, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Incubadoras são instituições que se destinam a apoiar empreendedores, criando condições para o crescimento de suas empresas. Esses organismos oferecem serviços especializados, orientação, espaço físico e infra-estrutura técnica, administrativa e operacional.

Em 2006, com oito anos de atividades, o Cietec se firmou como o maior centro incubador da América Latina. Eram apenas 15 empresas incubadas quando iniciou suas atividades. No final de 2007, esse número já estava em 127 companhias que, juntas, registraram receita de R$ 33,41 milhões e empregaram 780 profissionais especializados.

Nos próximos anos, a missão do Cietec, segundo seu presidente, Cláudio Rodrigues, “será consolidar o movimento de incubação de empresas tecnológicas, criar um condomínio de empreendimentos inovativos e trazer para a região ao redor da Cidade Universitária (na capital) empresas que, ambientalmente, se sintam confortáveis e possam estabelecer uma sinergia com a geração de conhecimento e pesquisa que feita no local”.

As empresas incubadas do Cietec dispõem de estruturas e vantagens que não existem no mercado. A principal delas é o acesso às facilidades técnicas e operacionais oferecidas por alguns dos maiores laboratórios de pesquisa do Brasil (da USP, Ipen e IPT), situados na Cidade Universitária, em São Paulo.

Da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)