“Nídia, todos que estão aqui, Renata, Lila, Geraldo, Mário
Não são palavras de despedida, são palavras de permanência. Você, Mário, foi consagrado. Vi pelas ruas de São Paulo. Consagrado quer dizer, foi sagrado junto, junto com seu povo. Seu povo, nosso povo reconheceu em você um líder, reconheceu suas virtudes. Quiséramos nós possui-las, de coragem, de firmeza, de amor à democracia, de dureza – quando necessária. Mas também de ternura, também de emoção, também de amor. Você se vai, Mário, mas sua memória estará firme conosco, sua família estará aqui firme com você.
Tenho certeza de onde esteja, que você vai nos olhar. Às vezes dizendo: “vá em frente!” e às vezes com aquele olhar de quem diz: “tá bom eu vou com você, mas talvez fosse melhor não ter ido tão longe”. Mas foi, e vai sempre, porque tem convicções como nós temos.
Em nome de todos nós seus amigos, não importa que qualidade tenhamos, não importa os títulos que hoje, eventualmente, ostentemos – o mais belo, o de companheiros, somos companheiros.
As lágrimas que nós derramamos, nós derramamos lágrimas, não foram só de tristeza. São, sem dúvida, de tristeza, Mário, mas foram também já de saudade antecipada. Mas eu até ousaria dizer, Lila, de uma tranqüilidade de saber que ele cumpriu tudo que quis. Teve ao seu lado sua mulher, seus familiares, seu partido, e por fim, todo povo.
Não é uma cerimônia de adeus, Mário, é simplesmente a continuação da sua vida. Eu tive dificuldades hoje, como ontem, de dizer qualquer coisa. Pensei que não fosse agüentar. Mas conversei com você no caminho (disse referindo-se a dona Lila) e lembrei dele…
Nós estamos firme, Mário, e vamos continuar assim.
Descanse em paz’
