Íntegra da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira, dia 6, após encontr

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sex, 06/04/2001 - 17h39 | Do Portal do Governo

Pergunta – … a uma representante do PT em São Paulo, a prefeita Marta Suplicy?

Alckmin – Eu achei a visita muito proveitosa, uma reunião de trabalho. A França é hoje o terceiro investidor do mundo no Estado de São Paulo, depois dos Estados Unidos e da Espanha. São investimentos de R$ 22,7 bilhões de reais no Estado de São Paulo. Esse investimento é crescente no Estado de São Paulo. A França era, há cinco anos, o sexto investidor. Hoje é o terceiro. Conversamos sobre esses investimentos privados e a oportunidade de novos investimentos no Estado de São Paulo. O primeiro-ministro colocou sobre sua confiança nos pressupostos econômicos do Brasil, disse que as coisas vão caminhar, embora haja turbulências no Mercosul, na Argentina, mas há grande confiança. Conversamos sobre metrô, sobre transportes metropolitanos. Ele, inclusive, se colocou à disposição para uma cooperação técnica da RATP, que é a empresa francesa de transportes de trens na França. Conversamos sobre agricultura, a força agrícola de São Paulo e a oportunidade desses produtos no Mercado Comum Europeu, conversamos sobre privatização, as empresas francesas, como a EDF, interessadas na privatização da Cesp, e ele nos transmitiu seu sentimento pelo falecimento do governador Mário Covas.

Pergunta – Mas houve um constrangimento político por causa da divisão de tempo da agenda do primeiro-ministro francês em São Paulo?

Alckmin – Nenhum constrangimento. Aliás foi um tempo necessário para uma reunião de trabalho, uma reunião proveitosa, uma reunião, que eu tenho a certeza, vai trazer bons frutos, aliás, essa identidade cultural com a França é antiga. A França teve um papel importante desde o início da Universidade de São Paulo, isso no começo do século, é uma parceria do conhecimento que se fortalece, se rejuvenesce. Na comitiva do seu primeiro-ministro vieram os principais empresários da França, que são empresários investidores aqui no Estado de São Paulo e eu tenho certeza que esses investimentos vão crescer.

Pergunta – Há possibilidade de cooperação na área do metrô?

Alckmin – Eu acho que sim. Já existem várias parcerias na área da cultura, na área da educação, na área das universidades, da Universidade de São Paulo com as universidades da França. Isso já existe, já está caminhando e é uma coisa normal. São “n” parcerias. O que se aventou é uma possibilidade na área do transporte metropolitano, especificamente metrô e trem, mas o aspecto principal da conversa foram sobre os investimentos privados, porque o Governo abre as portas, ele abre o caminho, mas quem efetiva a participação é o setor privado. É quem investe, quem gera emprego, gera riqueza, então o importante são os investimentos privados em São Paulo, que saltaram do 6º para o 3º lugar aqui no Estado de São Paulo. Na área do metrô, essa cooperação pode ser uma cooperação técnica no sentido da expansão de novas linhas, a Auston é uma das principais fornecedoras francesas na área de transportes de trilho, de trens, então há um interesse recíproco que pode se fortalecer.

Pergunta – Governador, foi falado sobre números sobre esse possível investimento do metrô?

Alckmin – Não, o que se discutiu – e com total receptividade do governo francês – foi uma cooperação técnica inicialmente, e que depois pode caminhar para outros investimentos, aí sim privados, na área de ampliação do sistema de transportes sobre trilhos.

Pergunta – O governador do Estado de São Paulo não gostaria de ter almoçado com o primeiro ministro francês?

Alckmin – Não, o café estava muito bom.

Pergunta – Deu tempo suficiente?

Alckmin – Deu tempo. Ainda demos para ele um presente, um tucano. O tucano é uma ave brasileira, uma ave dos trópicos, coincidentemente o símbolo do PSDB, e ele gostou muito. Foi uma lembrança singular do Brasil, característica dos trópicos.

Pergunta – Foram definidas novas datas de empresários franceses aqui no Brasil?

Alckmin – Deve haver uma rodada de negociações entre empresários brasileiros e empresários franceses nos meses de junho e julho. O secretário José Aníbal participou representando o governo do Estado neste encontro na Fiesp. Ele pode até detalhar melhor a data desta rodada de negociações entre o setor privado francês e paulista.

Pergunta – O que o senhor acha do presente que ganhou?

Alckmin – Eu gostei do presente.

Pergunta – O primeiro ministro se mostrou receptivo em relação à questão agrícola, já que na Fiesp ele falou que ia defender a agricultura do país dele e da Europa.

Alckmin – É, aqui foi colocado também a importância da agricultura no Estado de São Paulo, na área do açúcar, suco de laranja, pecuária, a importância que tem a agricultura para o Estado de São Paulo. Também foi colocada a importância de se abrir novos mercados na Europa para os produtos agrícolas, a agregação de novos valores, para haver maior valor agregado ao produto paulista e haver maior industrialização. Ele foi receptivo á colocação de São Paulo, mas também colocou que é importante para a França também a questão agrícola, lhe parece justo a defesa dos interesses franceses na área da agricultura.

Pergunta – Ou seja, não vai haver diminuição do protecionismo?

Alckmin – É, não se entrou nesses detalhes, até porque a reunião não tinha esse objetivo. Essa questão agrícola ficou assentada no interesse de São Paulo em ampliar seu mercado na Europa, em colocar novos produtos, e ampliar o mercado dos produtos agrícolas paulistas no Mercado Comum Europeu.