Íntegra da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta segunda-feira, 23, após

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seg, 23/04/2001 - 17h59 | Do Portal do Governo

Sobre secretário Edsom Ortega, da Assistência e Desenvolvimento Social

Pergunta – Sobre a demissão do secretário Edsom Ortega…

Alckmin – Ele cumpriu um papel importante quando assumiu. Iniciava-se a implementação de um novo modelo da Febem. No caso, a descentralização da instituição. Nós tínhamos duas grandes unidades, que era a Imigrantes e a Tatuapé, com perto de dois mil menores cada uma. Foi a implementação de todo um programa para unidades menores, descentralizadas e, em quase todas as regiões do Estado de São Paulo, com uma agenda educativa, o menor perto da família, dos pais, da igreja. Enfim, ele cumpriu um papel muito importante. Ele me entregou a carta com o pedido de demissão para ser substituído e eu aceitei. Acho que amanhã ou depois anunciaremos o novo secretário. Mas ele fez um bom trabalho.

Pergunta – Mas por que ele saiu se vinha fazendo um bom trabalho?

Alckmin – Olha, essa é uma decisão pessoal do Dr. Ortega. Eu quero explicitar, mais uma vez, que ele fez um bom trabalho, um trabalho importante. Agora, essas mudanças de secretariado são normais. Isso faz parte da estrutura de…

Pergunta – Qual o perfil que o senhor quer para assumir a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social?

Alckmin – Um governo social democrata tem que dar um grande realce à questão social. Acho que essa tem que ser uma marca muito importante do Governo no sentido da diminuição da exclusão, no sentido dos desafios que hoje a sociedade moderna impõe, de diminuir as desigualdades, de implementar políticas públicas na área social. Alguém que, eu tenho a certeza, vai cumprir bem esse trabalho.

Pergunta – Alguém que esteja disposto a enfrentar a pressão que o próprio secretário Ortega enfrentou, inclusive de dentro da Assembléia Legislativa, governador?

Alckmin – Não tem nada a ver com a Assembléia Legislativa. Na realidade, o que se quer é um trabalho na área social. Nós não temos nenhuma preocupação de natureza política, nem partidária. O importante é que a parte social caminhe e caminhe bem, se cumpra programa de Governo e se agregue novos projetos nesse trabalho.

Pergunta – No momento em que o secretário pediu demissão, ele alegou exatamente o quê ao senhor?

Alckmin – Razões de natureza pessoal, não tem nenhum motivo especial.

Pergunta – Pode ser o deputado Vanderlei Macris o novo secretário?

Alckmin – Não, acho que não vai ser ninguém que tenha mandato. Nós queremos um trabalho mais na área social.

Pergunta – O secretariado está sólido, mesmo com esses problemas de segurança e com a saída do Dr. Edsom Ortega?

Alckmin – Veja bem, é uma mudança localizada numa secretaria estadual. Uma questão pontual e que é normal, não é? O Estado tem 22 secretários, isso é uma coisa normal, quer dizer, isso é uma corrida de revezamento. Você cumpre uma etapa, outro cumpre outra etapa e o trabalho segue.

Pergunta – Isso não é o início de uma mudança de vários nomes no seu secretariado?

Alckmin – Não, não. Não significa que está mudando o secretariado. Significa que um secretário vai mudar.

Sobre o encontro com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga

Pergunta – O senhor recebe o ministro Pimenta da Veiga daqui a pouco?

Alckmin – Sim, já estou até atrasado. Era às 15 horas.

Pergunta – Qual vai ser a pauta do encontro?

Alckmin – Não sei, ele quem pediu. É uma conversa, um bate-papo, não tem uma pauta…

Pergunta – (inaudível)

Alckmin – Não, não. Isso aí foi marcado até antes desse encontro. Há uma semana, o ministro Pimenta da Veiga pediu, vindo à São Paulo segunda-feira, para tomar um café. A conversa vai ser sobre a área de comunicação, sobre toda essa área de informática. Ele tem um fundo, que é o Fust, e nós pretendemos implementar bem a questão do acesso à área de informatização, à internet aos jovens, centros comunitários na periferia. Um trabalho chamado Acessa São Paulo. E, ao mesmo tempo, claro, ele sendo ministro, algum tema político certamente será conversado.

Eleições

Pergunta – Sobre a eleição do novo presidente do PSDB, governador?

Alckmin – Não tem uma pauta específica, mas certamente… não custa nada ouvi-lo.

Pergunta – Eu sei que o senhor não gosta de falar sobre a campanha, sobre a eleição de 2002. Mas queria que o senhor comentasse o resultado de uma pesquisa feita pela empresa Unidade de Pesquisa, que aponta o senhor, dentro do PSDB, com 40,6% de preferência, e o ex-governador Quércia também com 40%, numa pequena diferença de 0,6%.

Alckmin – Bom, se eu entendi bem… eu vi ali na mesa a pesquisa. É assim: dentro do partido PSDB – não é uma pesquisa em quem o eleitor vota, não – é dentro do PSDB, quem é que você acha que deveria ser o candidato. Então, dentro do PSDB, eu tive esse percentual. Dentro do PMDB, entre os peemedebistas, o ex-governador teve esse resultado. Olha, não tem nada a comentar. Primeiro porque essa questão de eleição não está na pauta, isso aí é em 2002. Segundo, porque escolha de candidato é uma decisão partidária, quer dizer, não é vontade pessoal.

Pergunta – Mas seria mais difícil brigar com o Michel Temer do que com o Orestes Quércia?

Alckmin – Eu não tenho nenhuma preocupação com essa questão eleitoral. Cada coisa vem a seu tempo.