Íntegra da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin, após entrega de viaturas na praça da S

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qui, 15/03/2001 - 15h49 | Do Portal do Governo

Repórter – Quais as características desses veículos Land Rovers que estão sendo distribuídos hoje em São Paulo?

Alckmin – Eles chegam a regiões periféricas, a locais não asfaltados, enfrentam barro, morros, áreas de proteção ambiental, regiões ainda pouco urbanizadas. É a tese de que a Polícia deve ir aos lugares mais distantes para ficar o mais perto possível da população. Só no dia de hoje estão sendo entregues 228 viaturas, e muito bem equipadas, para a Polícia poder trabalhar.

Repórter – inaudível

Alckmin – O Governo Mário Covas vem fazendo um esforço muito grande na área de Segurança. Estamos dando continuidade a esse trabalho. É uma prioridade e reconhecemos que há necessidade de um esforço nessa área, e o governo está trabalhando.

Repórter – Essa prioridade do Governo prevê mais investimentos?

Alckmin – A prioridade do Governo Mário Covas sempre foi a qualidade de vida da população. Se você pegar a área de Saúde há, por exemplo, o Qualis, que é o melhor programa do País, onze hospitais foram construídos. E uma das prioridades para a melhoria da vida das pessoas é a segurança.

Repórter – Mas o governador Covas não conseguiu driblar problemas na Segurança, que foi sempre o calcanhar de Aquiles da gestão dele, não é? Daqui para frente o senhor pretende fazer mais investimentos na área?

Alckmin – O governador Mário Covas fez muito no setor. Se você verificar, a Polícia hoje está melhor equipada com viaturas, helicópteros. Em termos de recursos humanos está cada vez mais profissionalizada, há melhoria com a qualidade, a eficiência, a informatização. Houve aumento nas vagas penitenciárias, carceragens de delegacias policiais foram desativadas. Muita coisa já foi feita, vamos acelerar o trabalho e incorporar novas medidas que sejam necessárias.

Repórter – Governador, a prefeita Marta Suplicy disse ontem que pretende reurbanizar a área do Carandiru para que a iniciativa privada possa investir no terreno. Esse dinheiro poderia entrar para o Governo do Estado para a transferência dos presos ao interior de São Paulo. O que o senhor acha dessa idéia? O senhor volta a sentar com a prefeita para arrumar a situação e desativar o Carandiru?

Alckmin – Se entendi bem – porque isso foi dito pela Imprensa, não me foi dito pessoalmente – o que ela pensa é fazer uma operação urbana, e com isso trazer recursos para ajudar na desativação do Carandiru. Muito bem-vindo, se a Prefeitura puder ajudar nesse trabalho, é ótimo. Nós precisamos de recursos para poder abrir mais vagas. Agora, independente disso, o secretário da Administração Penitenciária vai apresentar no dia 27 – a proposta para desativar a Casa de Detenção, que é o mais urgente, com seus 7.400 presos. A proposta é que não haja mais nenhum preso na Casa de Detenção, eles irão para novas penitenciárias, onde haverá trabalho. A cidade ganhará em termos de segurança, porque é difícil se ter segurança ótima numa penitenciária com 7.400 presos. Lá é uma área nobre da cidade, que pode ter uma utilização como parque público, área educativa. Enfim, tudo isso vai ser estudado e apresentado no dia 27. Vamos apresentar como vai ser feita a desativação, quanto vai custar, quais serão as penitenciárias construídas, os locais, a forma de trabalho e o cronograma.

Repórter – Como o senhor vê essa sugestão em torno do seu nome para suceder Fernando Henrique Cardoso, que teria saído do governador Tasso Jereissati?

Alckmin – Não procede, primeiro porque não é hora de discutir eleição. É hora de trabalho e dedicação, há muitos desafios pela frente. Muito esforço precisa ser feito para diminuir a desigualdade social, melhorar a vida das pessoas. Acho que discutir sucessão é uma discussão extemporânea, fora de hora. Isso encurta o governo, não é bom para o governo, não é bom para o País, não é bom para a população. E ainda com relação ao assunto, quero dizer uma coisa: não dou passo maior que a perna.

Repórter – Inaudível (sobre determinações contra rebeliões nas penitenciárias)

Alckmin – Isso é fundamental, porque não é possível que algumas facções de presos façam rebeliões, destruam a penitenciária que é patrimônio público. O povo é que paga isso, faz um esforço danado como o governador Covas, que construiu 21 penitenciárias novas onde não há superlotação, onde há oficina para trabalhar, tele-cursos. E aí tocam fogo, quebram o patrimônio público. Não, quem fizer isso vai pagar. Vamos descontar do preso, que vai ajudar a pagar.

Repórter – O senhor vai faturar politicamente com essas novas obras que vão ser inauguradas e que foram iniciadas na gestão Mário Covas. O senhor teme um risco na sua carreira por conta desses problemas na área de segurança pública?

Alckmin – Primeiro, não vou faturar nada, a população de São Paulo é que vai usufruir de novas infra-estruturas, como rodovias, metrô, hospitais e serviços públicos de qualidade. Segundo, o problema de segurança pública é um problema importante, o governo está trabalhando e vai trabalhar mais. E é bom também distinguir segurança pública de violência. Violência é uma responsabilidade múltipla, de todos, da família, da sociedade, da Igreja, dos meios de comunicação. Mas o governo vai fazer a sua parte.

Repórter – Governador, o senhor é imbatível em 2002, como a prefeita Marta Suplicy está falando?

Alckmin – Não, não.