Instituto Pasteur é referência na análise e vacinação contra a raiva

Morcego é o único mamífero voador de hábitos noturnos; se estiver voando durante o dia, é sinal de que pode estar com a doença

qui, 24/09/2009 - 13h00 | Do Portal do Governo

A raiva é uma doença fatal que está controlada há mais de 10 anos em cães e gatos no Estado de São Paulo. De 1988 a 1997, houve registro de quase 1,2 mil casos e, de 1999 a 2008, não passaram de 40. Em 1998, ocorreu a última constatação de raiva em cão, época em que coexistiam nos animais domésticos as variantes canina e de morcego do vírus rábico. Outra boa notícia é que não se registra raiva humana desde 2001, quando morreu uma pessoa em Dracena, na região de Presidente Prudente. 

Mesmo assim, o Instituto Pasteur de São Paulo – referência nacional contra a doença – alerta para a importância da vacinação anual de cães e gatos e da vigilância nos municípios paulistas. Desde 1995, o Pasteur, vinculado à Secretaria da Saúde, coordena o Programa Estadual de Controle da Raiva. 

O morcego infectado é o principal reservatório do vírus da raiva, o qual é transmitido pela saliva a humanos, bovinos, equinos e outros mamíferos. Todos podem ser transmissores da raiva ao homem, porém, é mais comum o contágio pela mordida, arranhão ou lambedura de cachorro doente. 

Sem cura  

A moléstia atinge o sistema nervoso central, muda o comportamento e mata o animal. Por exemplo: o boi muge de forma diferente e o cão se torna agressivo. O animal morre uma semana após a infecção e o homem, sem cuidado médico intensivo, não sobrevive mais que 10 dias. Uma das formas de avaliar a situação epidemiológica da raiva é a análise de amostra de animal morto. Nessa situação, a equipe veterinária ou o centro de controle de zoonoses de cada cidade paulista deve enviar material do sistema nervoso central (cérebro e outras estruturas) do bicho para investigação. 

O exame é realizado no Instituto Pasteur ou num dos sete laboratórios habilitados no Estado. No Brasil, existem 27 locais para o diagnóstico do problema. Constatada a doença em bovino, equino ou outro animal de interesse econômico, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento cuida do controle da população de morcego na região de foco e estimula a vacinação de mamífero. 

Vacina em dia  

Em área urbana, a veterinária Ivanete Kotait, supervisora do Laboratório de Diagnóstico do Pasteur, explica que o centro de controle de zoonoses local é orientado a pesquisar as circunstâncias em que o morcego foi encontrado e saber se moradores da região tiveram contato com o animal. “Morcego é protegido por lei. Se constatarmos que há animais infectados, o centro de zoonoses providencia o manejo dessas colônias”. 

O morcego tem hábito noturno. “Se notar que o bicho voa em local e horário incomuns (durante o dia, por exemplo), suspeite!”, adverte Ivanete. “Evite contato, use luvas e tente colocá-lo numa caixa de papelão. Em seguida, encaminhe-o ao Instituto Pasteur ou a um dos laboratórios capacitados para a análise”, informa. 

Se a pessoa tiver contato com mamífero agressivo (não somente cão e gato), deve procurar atendimento médico imediato. “Caso o animal não esteja com a vacina em dia, é provável que não tenha anticorpos contra a raiva e possa estar infectado. Por isso, a população precisa vacinar todo ano o bicho de estimação”, pede a sanitarista Neide Takaoka, diretora do Pasteur. 

Todo dia, das 8 às 20 horas, o instituto oferece serviço telefônico para prevenção da moléstia. Se necessário, o paciente recebe vacina ou soro antirrábico para imunizar o organismo. A Secretaria da Saúde coordena campanha anual de vacina contra raiva de cão e gato, de junho a setembro, nos 645 municípios paulistas. São Paulo registra, em média, imunização de 5 milhões de cachorros e 800 mil felinos. 

Não existe estimativa oficial, mas pesquisa do Pasteur indica que no interior do Estado há um cão para quatro habitantes e, na Grande São Paulo, um para cada sete. Ainda no interior, existe um gato para cada 16 moradores, exceto nos municípios da Grande São Paulo. Neide informa que a Organização Panamericana de Saúde recomenda a vacinação de 80% de cães e gatos. “Estamos bem próximos da meta, mas precisamos que o dono do animal se conscientize da importância da vacina para ampliarmos a cada ano a proteção contra o vírus”.

Serviço
Instituto Pasteur: Avenida Paulista, 393 – São Paulo – Capital
Site: www.pasteur.saude.sp.gov.br 
Plantão pelo telefone (11) 3145-3145

Da Agência Imprensa Oficial