Instituto do Câncer tem baixo índice de mortalidade em UTI

Levantamento aponta taxa de 25% de mortalidade, índice bem abaixo dos 75% estimados pela taxa mais aceita pela literatura médica

qua, 17/06/2009 - 13h00 | Do Portal do Governo

Levantamento feito pelo Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (ICESP) mostra redução na taxa de mortalidade de pacientes em sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O estudo foi apresentado no 29º Simpósio Internacional de Cuidados Intensivos e Medicina Emergencial, em Bruxelas, na Bélgica – um dos simpósios mais importantes da especialidade em nível mundial.

Desenvolvido ao longo de seis meses com 237 pacientes internados, o levantamento apontou uma taxa de 25% de mortalidade, índice bem abaixo dos 75% estimados pela taxa (escore) mais aceita pela literatura médica atual. A probabilidade de óbitos foi estimada pelo índice do escore APACHE II, um método de avaliação usado internacionalmente para avaliar o estado do paciente quando ele é admitido na UTI. Se o escore é superior a 28 pontos, as probabilidades de insucesso são ao redor de 75%.

O estudo feito na UTI do ICESP mostrou que os pacientes internados, mesmo com escore superior a 28 pontos, tiveram índice de mortalidade de apenas 25%.

A significativa redução nos casos de óbitos foi atribuída ao tratamento precoce do paciente, à adoção de protocolos e procedimentos baseados em consensos internacionais bem estabelecidos e à assistência de qualidade oferecida pela equipe de cuidados intensivos do hospital. “Quando tratado adequadamente, o paciente oncológico, mesmo tendo um escore de risco elevado, tem chances tão boas de recuperação quanto um paciente não oncológico internado na UTI”, afirma Prof. Dr. José Otávio Auler Junior, anestesiologista e coordenador da UTI do ICESP.

Segundo Auler, a assistência multiprofissional e a adequação da UTI aos padrões internacionais de humanização também podem ter contribuído para os bons resultados.

Enquanto 70% das UTIs do País estão longe do modelo considerado ideal, a unidade do ICESP respeita todas as recomendações previstas pela Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. “Foi-se o tempo em que a UTI era apenas a manutenção da vida do paciente. Hoje, busca-se preservar o bem-estar psíquico, cognitivo e motor do paciente”, explica Prof. Giovanni Cerri, diretor geral do ICESP.

Sobre o ICESP

Inaugurado em maio de 2008, o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira é uma organização social de saúde, criada pelo Governo em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para ser o maior hospital especializado em tratamento de câncer da América Latina.

Com 112 metros de altura, construído em uma área aproximada de 84.000 m² o ICESP é resultado do investimento de R$ 270 milhões em obras e equipamentos. No prédio, de 28 andares, cerca de 6 mil pacientes com diagnóstico de câncer são atendidos mensalmente e tratados por alguns dos mais qualificados profissionais do Brasil.

Uma característica do instituto é a inovação na assistência prestada ao paciente que permite que ele tenha todas as fases de seu atendimento, do diagnóstico à reabilitação, integradas no mesmo local.

Além do atendimento médico, os profissionais do ICESP desenvolvem atividades de ensino e pesquisa de acordo com o modelo de ensino médico introduzido pela Faculdade de Medicina da USP no País. O objetivo é transformar o instituto em um centro de pesquisa de referência em nível internacional na área do câncer, inclusive no estudo de novos fármacos e tratamentos inovadores para a doença.