Instituto do Câncer de São Paulo abre as portas em maio

Será um dos maiores hospitais do mundo na área de oncologia

ter, 04/03/2008 - 12h23 | Do Portal do Governo

Atualizada às 16h05

O governador José Serra apresentou nesta terça-feira, 4, o projeto de funcionamento do Instituto do Câncer de São Paulo “Octávio Frias de Oliveira”. O centro, antigo Instituto Dr. Arnaldo, integra o complexo do Hospital das Clínicas, na capital, e deverá ser entregue pelo governo estadual no dia 5 de maio.

“Será um instituto bastante amplo e complexo, que vai triplicar a capacidade de atendimento em São Pauloe no Brasil, uma vez que o Hospital das Clínicas trabalha para o país. Nós assumimos esse encargo com muita satisfação, porque estaremos ajudando não apenas nosso estado, mas também o país”, declarou o governador José Serra no início da tarde de hoje.

O novo centro será o maior hospital especializado em oncologia da America Latina, com 580 leitos para tratamento dos mais diversos tipos de câncer. “Só de consultas ambulatoriais, serão mais de mil por dia. Serão 40 mil cirurgias por ano, além de milhares de sessões de radioterapias e quimioterapias. É um hospital gigante”, ilustrou Serra. Atualmente o maior do mundo na área é o MD Anderson, no Texas (EUA).

Com o novo hospital, a cidade de São Paulo terá três vezes mais vagas públicas exclusivas para tratamento de pacientes com câncer. Do total de leitos, 360 serão de apartamentos com duas vagas, 84 de UTI e terapia semi-intensiva e 30 de hospital dia, além de vagas específicas de observação, recuperação pós-anestésica e cuidados paliativos, dentre outras.

O câncer é a segunda causa de morte no Brasil – nos Estados Unidos é a primeira. Para se ter uma idéia a cada ano são registrados 101 mil novos casos no Estado de São Paulo e 35 mil na capital.

Funcionamento

O instituto será referência em atendimento de casos graves de câncer (alta complexidade), incluindo prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Funcionará também como completo centro de pesquisa e ensino que irá colaborar para a disseminação do conhecimento técnico e científico em oncologia no mundo. “Fico tranqüilo a respeito do que vai ser da qualidade deste instituto porque vamos entregar o que há de melhor na medicina do país”, adiantou Serra durante discurso no auditório do novo hospital.

Quando estiver em pleno funcionamento, o instituto realizará por mês cerca de 1,5 mil internações, 33 mil consultas ambulatoriais, 1,3 mil cirurgias, 6 mil sessões de quimioterapia e 420 de radioterapia. O hospital atenderá pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Haverá, no total, 124 ambulatórios médicos. O custo anual do instituto foi estimado em R$ 190 milhões.

Inicialmente o novo hospital irá oferecer atendimento ambulatorial em oncologia clínica e ginecológica, além de quimioterapia e 12 leitos de UTI. Também entrarão em operação na primeira fase o pronto-atendimento e todas as unidades de apoio, como nutrição, SAME, vestiários, refeitório, central de almoxarifado, farmácia e rouparia.

Até o final deste ano está prevista a ampliação do atendimento ambulatorial e início das internações clínicas e cirúrgicas. O hospital deverá estar com todas as suas áreas em operação até o fim de 2009, incluindo o serviço de radioterapia. “O que nós pretendemos aqui é ser um instituto de alta resolutividade e complexidade, ou seja, o paciente de câncer vai ser tratado do começo ao fim com todos os recursos disponíveis hoje para um tratamento moderno e eficaz”, explica o diretor geral do instituto de radiologia do Hospital das Clínicas, Giovani Guido Cerri.

Pesquisa

A idéia, reforça Cerri, é de que o instituto seja inovador, realizando pesquisas de ponta na área. “Uma das propostas é que se possa desenvolver medicamentos utilizando as fronteiras da medicina molecular podendo contribuir de forma decisiva no desenvolvimento de fármacos no país”, completou.

O gerenciamento do Instituto do Câncer de São Paulo ficará a cargo da Fundação Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), sob contrato de gestão, implantado com sucesso pelo governo paulista desde 1998. O diretor executivo do Hospital do Câncer é o médico Wladimir Taborda. Já o diretor clínico será definido pelo conselho da FMUSP. Atualmente a Secretaria da Saúde administra 66 hospitais espalhados por cidades em todo o Estado de São Paulo.

“O novo instituto irá representar o que há de mais moderno no atendimento de casos oncológicos, com equipamento de ponta e profissionais altamente especializados. O Estado de São Paulo dará um salto de qualidade sem precedentes nessa área”, afirma o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Humanização

Em um encontro com os dirigentes do novo hospital, Serra encaminhou uma demanda em particular: a melhora no atendimento à população. “Quando a gente faz pesquisa sobre atendimento hospitalar no Brasil, a questão número 1 que aparece, adiante da falta de médicos ou de filas, é o cuidado no atendimento. Portanto temos que caprichar e inovar nessa área”, disse o governador durante discurso hoje.

 

Manoel Schlindwein com Secretaria da Saúde

(I.P.)