Instituto de Artes da Unesp promove visita guiada a monumentos barrocos na Capital

Além do passeio, câmpus da Barra Funda realiza três exposições sobre o tema até dia 17 de agosto

ter, 03/08/2010 - 11h00 | Do Portal do Governo

O barroco, estilo artístico que floresceu na Europa nos séculos XVII e XVIII, é o tema de atividades culturais promovidas este mês pelo Instituto de Artes (IA), da Unesp, câmpus da Barra Funda. Três exposições sobre essa estética ficarão em cartaz a partir desta sexta-feira, 6, até o dia 17 de agosto. Também no dia 6, às 9 horas, haverá uma palestra com pesquisadores da área. No sábado, 7, será realizada uma visita a monumentos de arte barroca da capital, com limite de 25 vagas.

As atividades integram a programação do movimento Barroco Memória Viva, que existe desde 1989 e é liderado pelo artista plástico, curador e professor do IA, Percival Tirapeli. As iniciativas abrangem cursos, exposições e viagens educativas, além de ter dado origem a um livro organizado por Tirapeli (Barroco Memória Viva, Editora Unesp, 2005).

Este ano, as ações contam com a colaboração da Empresa Júnior de Artes da Unesp (AJA), que também funciona no instituto. Os alunos ajudarão a montar as instalações e a monitorar os visitantes. “Para os estudantes será uma oportunidade de aprender como organizar palestras, exposições e como manter uma galeria de arte”, afirma o professor.

“Fragmentos do Barroco Paulista” é o nome de uma das exposições, com objetos da coleção pessoal do artista Rafael Schunk. A mestre em artes pela Unesp Marina Inoue apresentará obras de sua autoria na exposição “Barroco Reinventado”. A terceira mostra, instalada na biblioteca do IA, permitirá ao visitante conhecer um pouco das pesquisas realizadas pela Universidade sobre o barroco. As três atividades vão até o dia 17 de agosto e são gratuitas. Escolas interessadas em realizar excursões devem entrar em contato pelo e-mail tirapeli@terra.com.br.

A visita aos monumentos será realizada sob a coordenação do Instituto de Artes. O passeio é gratuito e limitado a 25 pessoas, que também devem se inscrever por e-mail. Os participantes percorrerão a pé, das 9 às 13 horas, seis edificações no centro de São Paulo com exemplos de arte sacra e barroca.

Confira o roteiro da caminhada:

9 horas – Convento e Igreja de São Francisco
Endereço: Largo São Francisco, 173
A Igreja da Ordem Primeira e o Convento de São Francisco foram construídos na década de 1640. Em 1676, a Capela da Ordem Terceira começou a ser erguida e unida às instalações da igreja e do convento por um arco, passando, anos mais tarde a ser uma igreja independente. As obras eram de taipas de pilão e tiveram suas fachadas remodeladas, adquirindo características barrocas de rococó germânico. Na década de 30, parte do convento foi demolida em razão da construção do prédio da Faculdade de Direito da USP. No local é possível apreciar pinturas do final do século XVIII e retábulos barrocos (arcadas decorativas atrás do altar ou nas laterais da igreja).

9h30 – Igreja de Santo Antônio
Endereço: Largo do Patriarca, 49
É considerada a mais antiga igreja da cidade e foi fundada nas últimas décadas do século XVI. Passou por diversas reformas e intervenções ao longo dos últimos quatro séculos, sobretudo em sua fachada, que assumiu o atual estilo eclético, em 1919. Na parte interna há exemplos da arte produzida em São Paulo no período colonial. Durante uma restauração em 2005, descobriu-se no forro do altar-mor pinturas murais seiscentistas de alta qualidade técnica e artística, as mais velhas de que se tem notícia na capital. O altar principal, executado em 1780, é um exemplar de escultura barroca.

10 horas – Terraço do Edifício Martinelli
Endereço: Rua São Bento, 405
O terraço foi reaberto ao público no dia 29 de julho, depois de ficar dois anos fechado para reforma. Com 30 andares (130 metros), o edifício foi o primeiro arranha-céu da América Latina, inaugurado em 1934. De lá é possível ter visão panorâmica de todo o centro, chegando até as antenas da Avenida Paulista.

11 horas – Igreja da Ordem Terceira do Carmo
Endereço: Avenida Rangel Pestana, 230
Também chamada de Capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo, foi fundada entre 1747 e 1758 por um grupo de populares, a maioria bandeirantes. A igreja abriga um representativo conjunto da arte colonial paulista, destacando-se as pinturas dos tetos da capela-mor e do coro, de autoria do mestre ituano Frei Jesuíno do Monte Carmelo, além do altar rococó do século XVIII e painéis do demolido Recolhimento de Santa Teresa.

12 horas – Igreja da Boa Morte
Endereço: Rua do Carmo, esquina com a Rua Tabatinguera
Recebeu esse nome porque era o local das últimas preces dos sentenciados, no início do século XIX, época em que havia condenação à morte por enforcamento na província de São Paulo. Sua restauração durou de 2006 a julho de 2009. Com fachada em estilo colonial, feita de taipa de pilão e adobe, seu interior guarda arquitetura e pinturas barrocas. Atualmente, é a única igreja da cidade a funcionar 24 horas.

13 horas – Igreja de São Gonçalo
Endereço: Praça João Mendes
Foi erguida no século XVIII, mas a fachada atual é resultado de reforma de 1878. Abriga esculturas e pinturas de diversas épocas, incluindo barroco. Frequentada pela comunidade japonesa do bairro da Liberdade, a paróquia também celebra missas em japonês.

Da Unesp