Instituto Butantan promove feira sobre a importância da vacinação

Iniciativa tem atividades para todas as idades; instituição busca destacar a prevenção de doenças por meio da imunização

ter, 19/02/2019 - 13h24 | Do Portal do Governo

O Instituto Butantan promove, no próximo sábado (23) e domingo (24), a primeira Feira da Imunidade e da Vacina, que acontecerá nas dependências da instituição vinculada à Secretaria da Saúde do Estado, na capital paulista.

Com entrada franca, o evento contará com atividades interativas para todas as idades, ensinando a importância da vacinação e como as imunizações podem nos proteger contra vírus e bactérias que poderiam levar à morte.

Esclarecimentos

De acordo com Mônica Teixeira, assessora da diretoria do Instituto Butantan, a ideia de da ação veio em decorrência do aumento do número de pessoas que decidem não se vacinar, principalmente por causa das chamadas “fake news” (notícias mentirosas), como a de que a vacinação poderia provocar autismo ou de que o mercúrio presente em algumas formulações poderia comprometer seriamente a saúde. Segundo ela, as informações não têm nenhum embasamento científico.

“A Organização Mundial da Saúde decidiu que a maior emergência de saúde pública é a falta da vacinação. Isso está acontecendo em várias partes do mundo e resulta no reaparecimento de doenças”, ressalta.

Por essa razão, Mônica Teixeira conta que, pelo fato de o Instituto Butantan ter uma história longa na prevenção de doenças por meio da vacinação, a instituição decidiu fazer uma feira que, ao mesmo passo em que divulgasse informações científicas e esclarecimento para a população, pudesse ainda trazer algo interativo e divertido para o público em geral.

“Uma feira dessas, dentro de um espaço centenário com o Instituto Butantan, é um marco muito grande, pois traz a população para dentro da instituição para explicar o que é imunidade, o que são as vacinas, como funcionam as barreiras do corpo, o sistema imune e as nossas células de defesa”, explica o primeiro secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri.

De acordo com ele, mesmo com todo o desenvolvimento científico das vacinas pela comunidade científica, nada adiantará se a imunização e sua importância continuarem sendo discussões no campo acadêmico.

“Pouco adianta se a população não entender os benefícios e o valor das doses. Então, a aproximação entre a comunidade, que se beneficiará das vacinas, e a ciência é fundamental. Inclusive, ela serve de experiência para aqueles que lidam com comunicação e produção, para que entendam as dúvidas, inseguranças e principalmente as dificuldades que temos de atingir as coberturas vacinais”, completa.

Interatividade

O instituto montou uma tenda que tem praticamente o tamanho de um campo de futebol, com onze atividades, todas com o foco na imunidade e na vacina. Tem conteúdo para todo mundo: crianças pequenas, adolescentes e adultos. E a maioria delas é interativa.

“Na entrada da feira, por exemplo, vamos cercar o caminho com imagens da pele e mucosas, que são os artifícios que o organismo tem para impedir que vírus, micróbios e parasitas entrem no corpo. Mostraremos esse primeiro sistema de defesa”, revela a assessora da diretoria do Instituto Butantan.

Estrutura

A partir do momento que o visitante entrar no local, encontrará duas paredes de escalada, em que as trilhas representam o sistema linfático do organismo. Também haverá uma tenda que representará o funcionamento de uma célula.

Cerca de 70 monitores fantasiados de leucócitos (células responsáveis pela proteção do organismo contra agentes externos) acompanharão os visitantes durante o trajeto, que também terá microscópios para que as pessoas vejam como realmente é uma célula sanguínea.

Além disso, estão previstos painéis e objetos que explicam como o sistema imunológico funciona, como as vacinas são produzidas e quais são os benefícios da proteção. Nos dois dias da feira, especialistas da Sbim debaterão com o público os mitos e verdades sobre a vacinação.

História

Crianças menores também poderão participar também de uma peça de teatro sobre a proteção das vacinas, enquanto os maiores podem conhecer a história, contada por atores que representarão o papel de Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan, e Artur Neiva, diretor do Serviço Sanitário Estadual no início do século passado, sobre a epidemia de peste bubônica e gripe espanhola que assolou São Paulo há mais de cem anos.

“Aumentar as coberturas vacinais é fundamental para que possamos reforçar a proteção e, por isso, solicitamos aos que ainda não se vacinaram que compareçam aos postos de vacinação”, convida Marcos Boulos, professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Coordenador do Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado.

O pediatra Alexander Precioso, diretor de ensaios clínicos e farmacovigilância do Instituto Butantan, afirma que a instituição e suas ações podem ajudar a recuperar o calendário vacinal do País. “O programa brasileiro é um dos mais bem-sucedidos do mundo. É muito ruim para a imagem internacional do país deixar as taxas de cobertura, que eram próximas de 95%, caírem para cerca de 80%”, salienta.