Instituto Butantan abre comemorações do seu centenário

Maior centro de pesquisas e de produção de vacinas do País, o Instituto Butantan (IB), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, realizou nesta quarta-feira, dia 23, a cerimônia de abertura das festividades do seu centenário, que será comemorado oficialmente em fevereiro do próximo ano.
Na solenidade, foram entregues para a população o Museu de Rua, que apresenta em 20 painéis a história e as principais atividades do Butantan; a reforma do auditório e do serpentário, além da publicação do livro “Instituto Butantan 100 anos”, que conta a trajetória da instituição. Todos os projetos foram realizados em parceria com a iniciativa privada.
O secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, representando o governador Mário Covas, falou do orgulho do governador quando, no início deste mês, fez questão que os integrantes da CPI dos Medicamentos do Congresso visitasse o Butantan, “para que seus integrantes pudessem conhecer este importante centro da tecnologia aplicada na área da saúde”.
O secretário disse ainda que neste ano, o IB está incorporando tecnologia para produzir vacina contra gripe. “Este trabalho está sendo feito por meio de uma associação com o laboratório francês Pasteur-Mérieux-Connaught, para transferência de tecnologia. Nossa previsão é que em três anos estaremos produzindo a vacina no Butantan. Atualmente, estamos importando a vacina em tonéis, para que sejam colocadas em ampolas aqui”.
Para Guedes, a possibilidade de produção da vacina representa uma grande queda de custo, “o que nos permitirá ampliar a faixa etária para vacinação”, ressaltou. O secretário lembrou ainda que o IB tem garantido vacinas, como a tríplice, a BCG e contra raiva para todo o País.
A diretora do Instituto, Hisako Higashi, lembrou que o IB tem uma história inteiramente atrelada ao desenvolvimento de São Paulo e do Brasil no combate a doenças como tétano, difteria, lepra, varíola, entre outras. “Sua produção de soros e vacinas, feita por moderno sistema tecnológico é operada dentro das exigências de padrões internacionais de manipulação dos biofarmacos”. Higashi disse também que hoje seus laboratórios de produção encontram-se em condições adaptáveis a curto prazo para atender as demandas da saúde pública.
São milhões de frascos de vacinas e soros entregues à população – quase a totalidade utilizada no país é produzida pelo Butantan. As pesquisas realizadas no Instituto abrangem atualmente também a engenharia genética. Sua última conquista foi o desenvolvimento da primeira vacina recombinada no Brasil contra a hepatite B, utilizando-se das novas técnicas com capacidade instalada de produção de 60 milhões de doses por ano. A previsão de entrega destas vacinas é de 10 milhões de doses.

Centenário

O Butantan nasceu da necessidade da produção de soro para o combate da epidemia de peste bubônica que assolou o porto de Santos, em 1898, e ameaçava alastrar-se. Por estar distante do centro da cidade, foi escolhida a Fazenda Butantan para a instalação do laboratório. Em fevereiro de 1901 foi criado oficialmente o Instituto Serumtherapico, que, posteriormente, passou a chamar Butantan.
Treze anos mais tarde, o Butantan ganhava prestígio e importância
e sua ampliação era emergente. Foi construído então, o primeiro prédio para instalar muitos laboratórios: o Prédio Central do Instituto. Abrigando hoje seis edifícios e dezenas de dependências que alojam laboratórios, biblioteca e administração, o prédio passou por restaurações.
O Instituto Butantan produz vacinas que servem para prevenção do tétano, difteria, coqueluche, tuberculose, raiva e influenza (gripe). Além de fabricar soros usados no tratamento de doenças como a difteria, tétano e botulismo e também para casos de envenenamento por animais peçonhentos. Os soros, ao invés de induzir a formação de anticorpos no organismo, já contêm anticorpos previamente produzidos e são disponibilizados pelo Ministério da Saúde não só para todo território nacional, mas também para os demais países do continente.
Atualmente, o Butantan conta com mais de sessenta espécies de serpentes brasileiras e as trazidas de quatro continentes, além de aranhas e escorpiões. Por isso, é muito procurado por estudantes e turistas de todo o mundo.
Entre as atrações também estão o Museu do Instituto Butantan (MIB), que apresenta exposição voltada à educação ambiental, com o tema ‘Na natureza não existem vilões’, mostrando animais peçonhentos vivos (cobras, aranhas e escorpiões), em seu ambiente natural. Além do Museu Histórico, que faz uma reconstituição do primeiro laboratório do médico e pesquisador Vital Brazil, com documentos, fotografias e móveis originais.