Instituto Biológico estuda o café desde a década de 20

Neste Dia Nacional do Café, saiba quais são as atividades desenvolvidas pela Instituição

ter, 24/05/2011 - 10h00 | Do Portal do Governo

Você sabia existe um cafezal a apenas 5 minutos da Avenida Paulista? A plantação, uma área de 10 mil m², conta com 1.530 pés de café arábica das variedades Novo Mundo e Catuaí. Muitos estrangeiros, quando vêm ao Brasil, visitam o Insituto Biológico (IB) para conhecer uma plantação de café.

Inicialmente, o IB tinha como função servir de material de pesquisa aos técnicos da instituição. Atualmente, ele ainda preserva sua essência didática, histórica e cultural, mas também é boa opção de turismo para a população que quer conhecer um cafezal, sua história e outras particularidades como os princípios de uma boa plantação, análise do solo, adubação, como o grão de café é beneficiado entre outras.

Em média, o cafezal do Instituto Biológico produz 1 tonelada de grãos que, após beneficiado, resultam em aproximadamente 500 kg de café torrado e moído. Toda a produção é doada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado e São Paulo.

Já a produção paulista arábica é estimada em 3,475 milhões de sacas de café beneficiado, de acordo com o segundo levantamento de previsão de safra 2011/12 do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambas da Secretaria Estadual da Agricultura, em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em todo o Estado, a área total de lavouras de café está estimada em 181.987 hectares. A estimativa de produtividade média da atual safra paulista, que está sendo colhida, deve superar 26,51 sacas por hectare.

Instituto Biológico

O Instituto Biológico tem realizado, desde a sua criação em 1927, trabalhos de pesquisa e desenvolvimento para tentar solucionar os problemas de pragas e doenças do cafeeiro. As primeiras pesquisas para o combate à broca do café no Brasil foram realizadas pelo Instituto Biológico. Atualmente, as pesquisas visam principalmente o estabelecimento de estratégias para o manejo integrado de pragas e doenças na cultura.

No caso de insetos-praga, estudos visam conhecer os principais inimigos naturais, como microrganismos entomopatogênicos, parasitóides e predadores, que ocorrem em bicho-mineiro, broca e cigarras em cafeeiros no Estado de São Paulo. São também realizados trabalhos de avaliação da eficiência de diferentes linhagens de fungos entomopatogênicos para o controle de pragas e do impacto de bioinseticidas e inseticidas químicos convencionais sobre os principais inimigos naturais de pragas em cafeeiro, além do estudo da compatibilidade de inseticidas químicos e naturais sobre entomopatógenos.

Após anos de uso intensivo de apenas um ingrediente ativo registrado para o controle da broca do café, surgiram informações que os tratamentos não se mostravam tão eficientes como antes e que indicavam o aparecimento de populações resistentes. Estão sendo feitos estudos para detecção de possível aparecimento de resistência e testes com novos produtos químicos eficientes para rotação ou substituição desses produtos químicos.

Em relação aos ácaros, as pesquisas têm enfocado o impacto de produtos químicos sobre a comunidade de ácaros presentes na cultura. Estudos de diversidade e interações entre ácaros de diferentes espécies em plantas de café e avaliação da eficiência de alguns predadores no controle biológico de ácaros pragas também tem sido realizados.

Para nematóides, as pesquisas visam a identificação e a distribuição geográfica das principais espécies de nematóides no Estado de São Paulo. Estudos de ecologia, patogenicidade e de métodos de controle de nematóides também têm sido conduzidos.

Em relação às doenças de cafeeiro, os estudos procuram avaliar as incidências e as epidemias de doenças em lavouras cafeeiras em diferentes condições climáticas e regiões do Estado de São Paulo, o efeito de produtos químicos, biofertilizantes e produtos naturais sobre as doenças mais importantes em cafeeiro, além de definir estratégias para o controle de doenças em condições de campo.

No caso de plantas daninhas, as pesquisas visam obter informações agronômicas, ecotoxicológicas e fitossociológicas para o entendimento do perfil ecotoxicológico de herbicidas residuais e de contato, utilizados na cultura de café, no que diz respeito à sua persistência e seletividade para a cultura e o efeito na flora daninha. A avaliação da eficiência do plantio de adubos verdes como agentes de controle das plantas daninhas e na produção do cafeeiro e da viabilidade do uso de controle biológico de plantas daninhas por patógenos e outros inimigos naturais constituem também linhas de pesquisa do Instituto Biológico.

Do Portal do Governo de São Paulo