O agro paulista, por meio do Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, tem contribuído na testagem de COVID-19. Em um mês de atuação, a unidade laboratorial analisou 1.935 amostras de policiais militares de São Paulo.
O laboratório do IB, inaugurado em 2016, recebeu investimentos de mais de R$ 2 milhões do Governo de São Paulo para atender os requisitos de um laboratório de biossegurança nível 3, sendo o único do estado e um dos poucos do país da área animal. Por conta disso, o espaço foi habilitado pelo Instituto Adolfo Lutz para o diagnóstico do novo coronavírus (SARS-CoV-2) pela técnica RT-qPCR.
“Nós nos mobilizamos para fazer adequações no laboratório para contribuir com a testagem do novo coronavírus em policiais militares. Nesse um mês de contribuição, realizamos os diagnósticos de forma rápida e precisa. Em média, os resultados são liberados para a polícia em 72 horas após o recebimento das amostras”, afirma o Secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira.
Termo de cooperação
As secretarias de Agricultura e Abastecimento e da Segurança Pública assinaram um termo de cooperação para a realização dos diagnósticos nos agentes com o objetivo de minimizar os efeitos da infecção e viabilizar o isolamento dos profissionais para evitar a transmissão da doença.
“O termo de cooperação entre a Polícia Militar do Estado de São Paulo e o IB, por meio de parceria entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Agricultura, é de fundamental importância para a saúde dos nossos policiais militares, no sentido de disponibilizarmos o exame de RT-qPCR, que é considerado padrão ouro, uma vez que detecta o material genético do Sars-CoV-2”, salienta Luciano Bottura, capitão médico da PM.
“A partir dessa parceria, manteremos o atendimento dos nossos policiais. A importância desse teste vai além do diagnóstico de COVID-19. Ele permite isolar o paciente e realizar a rastreabilidade de seus contactantes para monitoramento e controle da doença”, completa.
Segundo a pesquisadora do IB e responsável pelo laboratório, Liria Okuda, uma força tarefa foi montada dentro do Instituto Biológico para que os pesquisadores da instituição, profissionais da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, Instituto de Botânica, além de profissionais autônomos fossem capacitados e treinados para atender o diagnóstico da enfermidade.
“Ao todo, nove profissionais estão atuando nessa atividade, como voluntários, desde a recepção das amostras, processamento em ambiente NB3, RT-qPCR e liberação dos resultados”, explica.
“Expresso os meus sinceros agradecimentos aos voluntários, que interromperam suas atividades para dedicar parte do seu tempo para colaborar no atendimento da pandemia”, afirma a pesquisadora.
Modernização
Para o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Antonio Batista Filho, a participação do Instituto Biológico na realização dos diagnósticos de COVID-19 só foi possível graças aos investimentos contínuos na modernização da infraestrutura dos Institutos de Pesquisa do Estado de São Paulo. “Nossas instituições possuem equipamentos de ponta e profissionais altamente capacitados que podem contribuir neste momento”, ressalta.
O Laboratório de Viroses de Bovídeos do IB atua há mais de 20 anos no diagnóstico de doenças virais que impactam o agronegócio, sendo fundamental para o apoio e a execução dos programas sanitários do Brasil, contribuindo para as certificações sanitárias de comércio nacional e internacional.
A instalação estratégica permite a manipulação segura de materiais biológicos de origem animal e evita escape de microrganismos que poderiam colocar em risco a população.
O local possui acreditação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) com base na norma internacional ISO 17025, e é credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o diagnóstico sorológico de febre aftosa e diferenciais.
