Inscrições para projeto Mergulho na Ciência USP vão até sexta (31)

Iniciativa promove curso gratuito na Universidade de São Paulo para 50 alunas de instituições de ensino públicas e privadas

seg, 27/05/2019 - 8h39 | Do Portal do Governo

Termina na próxima sexta-feira (31) o prazo para que alunas do Ensino Fundamental (entre o 5º e 9º anos) façam inscrição para o Mergulho na Ciência USP. O projeto abordará diversos assuntos relacionados ao universo científico, por meio de palestras, oficinas e aulas práticas com professoras e pesquisadoras da Universidade de São Paulo.

As atividades do curso gratuito serão realizadas entre 24 e 27 de julho, no Instituto Oceanográfico (IO) da universidade, em período integral. Serão sorteadas 25 garotas de escolas públicas e 25 de instituições particulares. Para as monitorias, serão sorteadas 15 graduandas.

Sorteio

As candidatas que se cadastrarem no site do projeto receberão um e-mail de confirmação de inscrição. O próximo passo é aguardar o sorteio on-line, que ocorrerá em 5 de junho, com transmissão ao vivo pelo Instagram. Caso haja desistências, a segunda chamada será realizada em 12 de junho.

“O primeiro desafio é desconstruir a cultura de desigualdade entre os gêneros e eliminar estereótipos. Nossa sociedade ainda enxerga que meninos e meninas têm papéis diferentes e, por isso, são estimulados a se engajar em atividades compatíveis com esses modelos”, ressalta a professora Luciana Lopes, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, cientista palestrante em Farmacologia.

“É necessário reescrever os padrões que regem a carreira cientifica, incentivando a igualdade entre homens e mulheres. Vemos com entusiasmo a participação feminina e o ingresso cada vez mais expressivo delas na academia e outras instituições de pesquisa. No entanto, a participação das mulheres ainda é menor em posições hierarquicamente mais altas”, salienta Leticia Costa-Lotufo, também docente do ICB-USP e palestrante em Farmacologia.

Temas

As aulas da edição deste ano do Mergulho na Ciência USP englobarão temas como:

– Astrobiologia
– Astronomia
– Educação
– Engenharia
– Farmacologia
– Física
– Microbiologia
– Neurociências
– Oceanografia
– Química
– Zoologia e Evolução

De acordo com a organização do curso, o almoço e o lanche estão incluídos na programação do evento. O transporte é de responsabilidade dos pais e responsáveis. Não haverá ajuda de custo para chegar ao local.

“A importância da prática da ciência pelas meninas não é somente com a finalidade de formar futuras cientistas. O objetivo é inspirar as garotas, por meio da ciência, a encontrem a própria força e a reconhecer a importância que a ciência tem para a sociedade”, enfatiza Amanda Gonçalves Bendia, pós-doutoranda do IO-USP.

“Essas garotas serão nossas futuras advogadas, médicas, políticas e engenheiras. Elas levarão para as profissões a consciência da importância do desenvolvimento científico e tecnológico para a sociedade”, completa Amanda, que é cientista palestrante em Astrobiologia e integrante do Comitê Organizador do Mergulho na Ciência USP.

“A sociedade precisa enxergar como algo normal uma mulher ser engenheira, astronauta, agrônoma e outras carreiras que tradicionalmente foram seguidas por homens. Além disso, devemos entender que as garotas têm capacidade intelectual para desempenhar qualquer função realizada tradicionalmente pelos homens”, destaca Flávia Saldanha-Corrêa, bióloga, funcionária do IO-USP e cientista do Comitê Organizador do projeto.

Oportunidades

Podem se inscrever alunas entre o 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, independentemente da idade. As estudantes devem estar matriculadas em escola da rede pública ou particular e precisam ter disponibilidade para participar dos quatro dias de evento, das 9h às 17h.

Para ser monitora, a candidata deve cursar graduação em universidade pública ou particular e ter disponibilidade de participar de todos os dias do evento. Vale destacar que as monitoras serão responsáveis por supervisionar e auxiliar as alunas, participar dos processos de ensino e aprendizagem, além de praticar habilidades de liderança.

“Havia um preconceito e resistência quanto às mulheres na ciência, algo pouco incentivado ao longo da história. O mais importante é mostrar às garotas, desde a infância, que elas têm potencial para estarem onde quiserem, superando as barreiras sociais e acadêmicas”, diz Cristiane Neres Ribeiro dos Santos, professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Polícia Militar, mãe de uma participante da edição de 2018 do projeto.

“Juntos, poderemos fazer a diferença na vida das meninas e, assim, no futuro, tendo mais cientistas, projetos inteligentes, oportunidades e histórias de sucesso, visando à saúde do nosso planeta e a nossa própria existência”, afirma a assistente Cláudia Oliveira, mãe de menina participante em 2018.