Incor lidera ranking de transplantes de coração e de pulmão em 2008

Foram 28 transplantes de coração de adultos e 22 de pulmão em adultos e jovens, o que representa, respectivamente, 75% e 30% nos procedimentos realiza

sáb, 20/12/2008 - 15h07 | Do Portal do Governo

Quarta-feira, 17, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor) preparou uma grande festa para comemorar os índices que o colocam como campeão dos transplantes de coração e pulmão em 2008. Foram 28 transplantes de coração de adultos e 22 de pulmão em adultos e jovens, o que representa, respectivamente, 75% e 30% nos procedimentos realizados no ano passado. Noedir Stolf, presidente da instituição, festeja.

Segundo ele, os números significam muito para as equipes do Incor e mais ainda para seus pacientes, porque por trás das cifras estão mais vidas salvas neste ano. Stolf agradeceu, em especial à sociedade que, respondendo às campanhas feitas pela mídia, se empenha na doação de órgãos para os transplantes. As equipes contam com essa disposição para reverter em 2009 a mortalidade de pacientes em filas de espera, salientou.

“Quanto mais transplantes realizados, menos óbitos em fila de espera”, explica Fábio Jatene, diretor do Programa de Transplantes de Pulmão do Incor, que comemora outro indicativo: ultrapassou, neste ano, a marca de 100 transplantes realizados desde 2000, ano em que o programa teve início.

A festa, que reuniu pacientes e profissionais das equipes de transplantes, teve show beneficente da banda Tihuna, com destaque para a presença dos transplantados que subiram ao palco para cantar com a banda e festejar a nova chance de vida.

Entre os pacientes, Rodrigo de Melo Marques, de cinco anos, e Felipe Watanabe, de três. Ambos comoveram a opinião pública pelo drama que enfrentaram na espera do transplante. Rodrigo ficou sete meses internado em estado crítico até o transplante, em 2007; Felipe viajou do Japão e foi submetido à cirurgia no Incor, em fevereiro deste ano.

Capacidade – Uma sólida infra-estrutura capaz de realizar anualmente 60 transplantes de coração e 40 de pulmão, aliada à extrema dedicação de seus profissionais, é uma das marcas registradas do Incor, desde que foi criado há 31 anos. Nesse período somou mais de 400 transplantes de coração em adultos e crianças. Entre 2000 e 2008, quando reativou o transplante de pulmão, foram feitos 102 procedimentos do órgão em adultos, grande parte deles de dois pulmões ao mesmo tempo, a chamada cirurgia bilateral.

Esse resultado se deve ao empenho de cardiologistas, pneumologistas, cirurgiões e equipe profissional, na qual estão envolvidos diretamente mais de 50 pessoas qualificadas, num trabalho sem fim madrugada adentro, sábados e domingos e feriados.

“No que cabe às nossas equipes, continuaremos a nos esforçar para aumentar esse número até o limite”, promete Stolf. “Esperamos que a sociedade e o poder público se mantenham sensibilizados, como têm ocorrido, para que o sistema de transplante no País consiga atender a demanda e, que, assim, mais vidas possam ser salvas”, conclui.

Recorde histórico na doação de órgãos

São Paulo atinge recorde histórico também no transplante de órgãos (menos as córneas, que são tecidos) em um único ano. Faltando duas semanas para terminar 2008, a Secretaria de Estado da Saúde contabiliza 1.386 cirurgias, número que já supera em 23% o total do ano passado, entre janeiro e 31 de dezembro. Em 2008, até a primeira quinzena de dezembro, houve no Estado 451 doadores viáveis (que tiveram pelo menos um órgão aproveitado para transplante), contra 376 em todo o ano passado, 376 em 2006, 366 em 2005 e 431 doadores viáveis em 2004.

Destaque para o número de potenciais doadores (pacientes em quadro de morte encefálica) notificados pelos hospitais. O número atingiu 2.208 até 15 de dezembro, contra 1.965 no ano passado inteiro, 1.719 em 2006, 1.533 em 2005 e 1692 em 2004.

Inédito e expressivo – A diferença entre o total de potenciais doadores e os doadores viáveis ocorre quando há recusa de familiares em autorizar a doação, parada cardíaca do paciente durante o processo de doação, tornando inviável a retirada de órgãos para transplante. Resultado de sorologia positiva para HIV, e demais doenças infecciosas são outros fatores que impedem o processo.

Diante do quadro, a Secretaria da Saúde realiza trabalho específico para ampliar o número de potenciais doadores, aumentando, assim, a oferta de órgãos para transplante. Para isso, capacitou 450 profissionais de saúde, médicos que trabalham nas emergências e em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) dos grandes hospitais. São instruções práticas e teóricas, com ênfase na entrevista familiar, importante para viabilizar o transplante, uma vez que somente os familiares de um paciente com morte cerebral podem autorizar a retirada dos órgãos a serem doados.

Trata-se de resultado inédito e expressivo, comenta o coordenador da Central de Transplantes de Órgãos (CTO) da secretaria, Luiz Augusto Pereira. “Estamos no caminho certo ao destacar o trabalho da comunidade médica para incentivar as notificações dos pacientes com morte encefálica. Se ampliarmos o número de potenciais doadores notificados, certamente teremos mais vidas salvas por transplantes em São Paulo”.

Da Agência Imprensa Oficial