Imprensa Oficial assina contrato para a publicação do Correio Braziliense

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qua, 07/02/2001 - 15h48 | Do Portal do Governo

A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, o jornal Correio Braziliense e o Instituto Uniemp/Unicamp assinaram hoje (7/2), em Brasília, um contrato no valor de R$ 1,5 milhão para a edição fac-similar de toda a coleção do Correio Braziliense ou Armazem Literário – o primeiro jornal brasileiro, editado em Londres pelo jornalista Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, entre 1808 e 1822.
A publicação da coleção do Correio Braziliense faz parte do projeto editorial da Imprensa Oficial para 2001, anunciado ontem em São Paulo. A meta da empresa é editar 420 títulos, sendo 120 em parceria com as principais editoras universitárias do País, além de participar de diversas feiras de livro, entre elas, o Salão de Paris, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a Feira de Guadalajara, e de feiras em várias cidades do Estado de São Paulo, junto com a Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O contrato foi assinado pelos jornalistas Sérgio Kobayashi, presidente da Imprensa Oficial, Paulo Cabral, diretor-executivo do grupo Diários Associados, herdeiro do título, e Alberto Dines, do Instituto Uniemp/Unicamp, coordenador da publicação. A raríssima coleção do jornal de Hipólito da Costa pertence ao empresário José Mindlin, que cedeu os originais para reprodução. A coleção inteira terá 31 volumes, sendo 29 do jornal, além de outros dois – um índice temático, cuja publicação deve ser simultânea ao quarto ou quinto tomo e um volume, o de número 31, com ensaios e comentários sobre a vida e obra de Hipólito da Costa, que, mesmo exilado em Londres, conseguiu não apenas editar o jornal como fazê-lo circular clandestinamente aqui no Brasil, onde a imprensa independente era proibida. A Coroa Portuguesa detinha o monopólio da imprensa.
O acordo assinado ontem prevê a publicação dos 31 volumes em dois anos e meio, no ritmo de um volume por mês, a partir do próximo abril. A tiragem de cada edição será de 3.500 exemplares, que serão distribuídos entre bibliotecas públicas, instituições de ensino e escolas de jornalismo. Apenas uma parcela dos exemplares será vendida em livrarias ou sob a forma de assinaturas. Os livros serão confeccionados em papel pólen rustic, de 85 mg/cm2 e deverão consumir cerca de 6 toneladas de papel por volume.
Graças ao contrato celebrado ontem, o Correio Braziliense não mais permanecerá restrito a uns poucos pesquisadores com acesso a coleções particulares, deixando de ser “peça de citação histórica”, segundo Kobayashi, para tornar-se acessível a um universo muito mais amplo de leitores.
A democratização e o acesso a bens culturais dessa natureza é parte fundamental das preocupações da Imprensa Oficial de São Paulo, que desde 95, junto com editoras universitárias, vem publicando livros de grande importância, mas de pouco apelo econômico. Há dez anos, o Correio Braziliense vinha sendo oferecido para editoras privadas.