Impacto da pandemia de COVID-19 na conservação da fauna silvestre é tema de debate

Evento ‘Saúde e Biodiversidade’ faz parte da série de videoconferências sobre o assunto no contexto da enfermidade

sáb, 20/06/2020 - 19h02 | Do Portal do Governo
DownloadDivulgação/Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente

A segunda edição do evento “Saúde e Biodiversidade”, realizada nesta terça-feira (16), discutiu os impactos à conservação da fauna silvestre em tempos de pandemia. O debate, promovido pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), faz parte da série de videoconferências sobre o tema de Saúde Única (One Health) no contexto da pandemia de COVID-19.

Na abertura do encontro, a diretora do Departamento de Fauna (DeFau/SIMA), Vilma Geraldi, destacou a importância da interação entre os órgãos de gestão, a academia e as instituições de pesquisa, que disponibilizam informações e dados que possam auxiliar no estabelecimento de políticas públicas voltadas para a saúde silvestre.

A declaração foi corroborada pela presidente da Associação de Zoológicos e a Aquários do Brasil (AZAB) Claudia Igayara, que citou a união dos esforços em torno de um objetivo comum como a essência da conservação, principalmente em um momento em que estamos separados pela pandemia.

Os temas das palestras abordaram desde a necessidade de se obter mais informações sobre a origem do vírus e o impacto na fauna de vida livre e em cativeiro, passando pela adoção de protocolos de prevenção em função da COVID-19 para fauna ex situ. O uso de equipamentos de segurança em todas as atividades com os animais de cativeiro, comunicação clara e objetiva com os funcionários e redução do contato com os animais são algumas das ações para evitar a contaminação.

Teste de patógenos

Também é recomendado o teste de patógenos de vida livre, o fortalecimento de ações de biodiversidade, a aplicação de leis de crimes ambientais, o aumento da vigilância e a segurança alimentar, além de informações para contribuir na prevenção de novas epidemias e pandemias.

Ou seja, a vigilância epidemiológica contínua é fundamental para a manutenção dos serviços biológicos, da saúde humana e na interface saúde animal e meio ambiente, de acordo com a médica veterinária Mirella Lauria D’Elia, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A convivência com morcegos, importante para o equilíbrio ecossistêmico, e a COVID-19 em primatas também foram debatidos.

Palestraram no evento o professor Ricardo Augusto Dias, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o responsável técnico e chefe da divisão de medicina veterinária da Fundação Parque Zoológico Fabrício Braga Rassy, o professor Emmanuel Messias Vilar, da Escola Estadual Aarao Lins de Andrade, e o médico veterinário Victor Yunes.

Na próxima terça-feira (23), será promovida a última edição da série “Saúde e Biodiversidade”.